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Paus

A banda sonora do GRÓIA

Esperemos que os PAUS também sobrevivam ao apocalipse.

Guimarães volta a ser berço, desta vez da primeira noite do resto do fim do mundo. O GRÓIA 2012 vai dar gróia até o sol raiar e a banda sonora para a primeira noite do resto das nossas vidas já está escolhida. Os PAUS estão, a esta hora, a fazer-se à estrada rumo ao norte. VICE: Têm encontro marcado com Guimarães na madrugada seguinte ao fim do mundo. Como vai ser isso?
Hélio Morais: Ninguém nos avisou disso. Mas, sendo assim, parece que não vamos chegar a sair de Lisboa. Conhecem o espaço onde vão tocar? Acho que é a primeira festa que lá vai acontecer…
Não. Na verdade, sempre que ouvimos ou lemos a palavra armazém, recorremos ao nosso repertório doom, que fica sempre bem com reverb infinito. Vão lá dar alta GRÓIA?
Não temos sangue azul. Vamos simplesmente dar o melhor concerto que conseguirmos nesse dia. PAUS, porque não GALHOS?
Porque alguém podia dizer: “MAN, olha ali os GALHOS. E isso não soava bem.” De facto, são necessários muitos paus (baquetas), para tocarem as duas baterias que usam nas músicas. Isso é que é dificultar a logística…
Se a nossa logística fosse difícil somente pelas baterias, seríamos pessoas felizes. A quantidade de pedais, teclados, cabos, etc., que temos em palco é assustadora. A bateria siamesa tem mais protagonismo do que os restantes instrumentos?
Não. Tem o mesmo. Fica à frente por questões de arrumo e espaço. Diz que há uma coisa que se chama “o método dos bateristas”.
É possível. Mas nenhum de nós estudou realmente bateria, por isso não fazemos a mais pequena ideia do que se trata. Isto é gente que veio do punk.

Vocês fazem parte daquela nova onda musical portuguesa, que tem enriquecido o panorama em Portugal. Quem é o culpado de se andar a fazer tanta coisa boa por aí? Andamos inspirados?
Talvez seja a internet e a dose de lata que ela nos trouxe, para acharmos (todos) que não devemos nada a ninguém e que o que fazemos é tão válido como o que nos chega de fora, pois convivemos com isso todos os dias. Deixámos de assumir as nossas diferenças como uma falha e passámos a assumi-las como um factor distintivo. Fizemos as pazes com a nossa música, com a nossa cultura. Somos mais nós e menos versões portuguesas de bandas estrangeiras. O que andam o ouvir de música?
Ui! Tanta coisa… Lumerians, Dirty Projectors, ou Cody Chesnutt. Em 2011, fizeram parte de um top que dizia que tinham um dos melhores discos desse ano. Em 2012, qual o balanço?
Teres um disco nos tops, não te faz necessariamente rico. Ainda andamos todos de bicicleta, ou de saxo. Mas foi um ano incrível do ponto de vista do que conseguimos retirar de realização pessoal com a música que fizemos. Fomos muito felizes, tocámos muito, em quase todos os sítios que imaginámos um dia tocar. E fora de Portugal, como andam os PAUS?
Achamos que [2013] vai ser um bom ano 1. Este foi o ano 0, com o Primavera Sound Barcelona e com a Sardenha.