A Volta a Portugal não é só biclas

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Desporto

A Volta a Portugal não é só biclas

É também o povo português no seu melhor.

Não percebo puto de ciclismo. Sei que o Rui Costa esteve bem na Tour de France e vi a conversa lamechas do Lance Armstrong com a Oprah. Mais do que isso é complicado, até porque homens de licra não são bem a minha cena. Só que a subida ao monte da Senhora da Graça no fim da 4.ª etapa da Volta a Portugal não é (só) um evento de ciclismo. É um fim-de-semana de regabofe à grande e à portuguesa, o sítio onde os bons costumes vão para morrer. Ou Mondim de Basto. Começou logo de véspera: centenas de tendas montadas junto à estrada, devidamente equipadas com fogões a gás, televisores portáteis, trens de cozinha completos e sistemas de som a bombar AC/DC e Guns ’N’ Roses. A partir daí, e até à chegada dos ciclistas pela tarde de Domingo, a cerveja andou pela mão de todos. E todos é todos, sejam putos de 15 anos com a mania que são gente, miúdas de biquíni ou cinquentões barrigudos. Pela noite fora, houve discotecas improvisadas à luz de lanternas e uma competição inter-tendas mais ou menos oficial de quem acumulava mais jolas vazias. Quando o pelotão de atletas saudáveis se aproximou do “Monte Farinha”, público sóbrio já era mito.

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