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Música

Canções que salvam vidas: Black Mountain

A nave dos Black Mountain aterra já este mês em Portugal, para o arranque de uma digressão que os levará pelo mundo.

Está a chover que se desunha. Está um calor infernal. É sexta-feira e estás em pulgas para a rambóia logo à noite e para fritares a molécula. Por outro lado, é sexta-feira, estás em pulgas para a rambóia logo à noite e para fritares a molécula, mas não tens guito. Não te apetece ir trabalhar. Não te apetece estudar. Vais é dar uma volta pela cidade. Espera, está a chover. Pronto, vais ver o mar, que está um calor diabólico. Alto, que isto está cheio de turistas e não dá para ir a lado nenhum. Nunca mais chega a Primavera! Primavera é que não, que é só alergias.

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Um gajo nunca está contente. Se não é do cu é das calças. O que vale é que, como toda a gente sabe, há canções que salvam vidas (os Smiths cravaram-no a letras de ouro no cancioneiro pop para toda a eternidade). Semanalmente, e para que a tua vida ganhe um novo sentido e encontres a salvação possível, deixamos por aqui um desses bocadinhos de lírica e melodia (ou ruído e grunhidos selvagens, conforme a disposição) que têm a capacidade de em pouco mais de três minutos te salvarem, se não a vida, pelo menos o dia.

Fotografia de Magdalena Wosinska gentilmente disponibilizada pela editora.

Meter salvação e Black Mountain na mesma frase é quase redundante. Estes gajos são responsáveis pela salvação de um certo tipo de rock. Aquele carregado de peso e de dolência, de psicadelismo e de soul, de negrume de luz. A bem dizer a treta da salvação do rock é uma estupidez. O rock nunca precisa (nem nunca precisou) de ser salvo. Precisa é de riffs, de suor, de cabeças a abanar e de ancas a gingar.

"IV", o novo disco dos canadianos - sai a 1 de Abril, pela Jagjaguwar - tem isso tudo e muito mais. Dizem eles que no último ano e picos, enquanto o álbum esteve a ser burilado, andaram a brincar com o título Our Strongest Material To Date. Ora, se não é mesmo, disfarça bem. E são eles próprios a explicar da forma mais certeira possível o que aí vem e que cria um ponto de ligação entre gente que nunca se cruzou na vida real, mas que acaba por dar o seu contributo sónico ao produto final: "AC/DC e Amon Düül, Heart e Hawkwind, King Crimson e Kraftwerk". Caraças. Juntem a isto todo um imaginário sci-fi, espacial e uma visão astral do rock n' roll clássico e estão lá.

A nave dos Black Mountain aterra já este mês em Portugal, para o arranque de uma digressão que os levará pelo mundo: primeiro no Festival Tremor, nos Açores, a 19, depois no Porto, no Hard Club, a 26 e, finalmente, em Lisboa, no Musicbox, a 28. Enquanto não chegam, deleitem-se com este "Florian Saucer Attack", num teledisco imperdível, realizado por… Chad VanGaalen. Estamos salvos!