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Música

Canções que salvam vidas: Birds are Indie

Joana Corker, Ricardo Jerónimo e Henrique Toscano são melómanos convictos.

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Fotografia de Francisca Moreira / Joana Corker.

Está a chover que se desunha. Está um calor infernal. É sexta-feira e estás em pulgas para a rambóia logo à noite e para fritares a molécula. Por outro lado, é sexta-feira, estás em pulgas para a rambóia logo à noite e para fritares a molécula, mas não tens guito. Não te apetece ir trabalhar. Não te apetece estudar. Vais é dar uma volta pela cidade. Espera, está a chover. Pronto, vais ver o mar, que está um calor diabólico. Alto, que isto está cheio de turistas e não dá para ir a lado nenhum. Nunca mais chega a Primavera! Primavera é que não, que é só alergias.

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Um gajo nunca está contente. Se não é do cu é das calças. O que vale é que, como toda a gente sabe, há canções que salvam vidas (os Smiths cravaram-no a letras de ouro no cancioneiro pop para toda a eternidade). Semanalmente, e para que a tua vida ganhe um novo sentido e encontres a salvação possível, deixamos por aqui um desses bocadinhos de lírica e melodia (ou ruído e grunhidos selvagens, conforme a disposição) que têm a capacidade de em pouco mais de três minutos te salvarem, se não a vida, pelo menos o dia.

O regresso dos Birds Are Indie salva a humanidade. Pronto, se calhar é um exagero (não é nada!), mas já ouvimos "Let's Pretend The World Has Stopped" - que tem saída agendada para 10 de Março (Murmürio Records) - e estamos em posição de assegurar que a perfeição das canções que o compõem é de antologia.

Em "Partners in Crime", single de avanço, fica claro ao que vêm estes conimbricences especialistas em "happy/sad pop" (ainda assim mais happy, que sad, não que houvesse algum problema no contrário), que facilmente se "encaixam" na linhagem escocesa de uns Camera Obscura, ou, claro, de uns Belle & Sebastian, sempre em busca da melodia mais prazeirosa para servir de manta quentinha às vozes e às palavras que dizem mesmo coisas à séria sobre a vida, o amor e as relações entre pessoas.

Joana Corker, Ricardo Jerónimo e Henrique Toscano sabem bem o que querem de cada instrumento, de cada corda de piano e de cada nota melancólica arrancada à guitarra ou ao trompete. São melómanos convictos. Gostam da música dos outros e de fazer a deles e isso não passa despercebido. Se Stuart Murdoch cantava em 2010 "I Want The World To Stop", os Birds are Indie decidiram imaginar que sim, que o Mundo tinha parado e finalmente tínhamos tempo para ouvir canções, dançar com elas e, pelo caminho, antes de tudo voltar ao normal, salvar as nossas próprias vidas.