Comi uma sandes de manteiga de amendoim com lubrificante de pila

Aqui há uns tempos perguntaram-me se eu era daquelas pessoas que curtia comer coisas nojentas ou esquisitas e pensei: "bem, nojento é uma cena subjectiva, certo?". Quer dizer, já fritei o meu suco vaginal para o lanche, mas nem toda a gente gosta do mesmo. Não sei, quanto mais penso no assunto, mais confusa fico. No outro dia de manhã, por exemplo, comi imensos lubrificantes com sabor a fruta só para descobrir se eram tão pilaciosos como as frutas que imitam ou, num caso apenas, igualmente alcoólico. Juntei estes lubrificantes a algumas das minhas comidas preferidas na esperança de que o contraste entre sabores desconhecidos e familiares fizesse o meu palato cantar de felicidade. De maneira que sim, talvez eu tenha a tendência para comer cenas esquisitas, mas é só para que vocês não o tenham de fazer.

Morango
Como este foi o primeiro teste que fiz, devo admitir que estava ocupada com ideias francamente ingénuas enquanto espremia o lubrificante para o pão: "manteiga de amendoim e doce de morango, que clássico de infância!". Estava à espera que isto soubesse a uma sandes normal, com um sabor mais intenso talvez, mas definitivamente com mais libido. Bem, enganei-me. O lubrificante sabia a batom barato, mas felizmente a manteiga de amendoim era o sabor dominante. Não curti muito esta sandes de manteiga de amendoim com veneno, devo dizer-vos. Framboesa
A seguir veio este pequeno pacote. Ao contrário dos outros tipos, este lubrificante é apenas e só para pilas, o que o desqualifica um pouco como lubrificante, suponho eu, mas nada que me tenha impedido de o comer, claro. E mãezinha do céu, como era bom! Sabia mesmo a um doce qualquer. A única desvantagem apareceu depois, quando tentei lavar a boca e comecei a ter alto reflexo faríngeo. Meti demasiada porcaria à boca. Morango-quivi
Começo só por dizer que preferia beber o meu próprio mijo (coisa que já fiz) mil vezes antes de provar isto uma segunda vez. Que nojo. Lubrificante sabor morango-quivi? Como é que isto existe sequer? Este foi o pior sabor, de longe. Nem consegui engolir, não dei mais do que uma dentada. Talvez tenha sido do embalo que já levava, talvez isto seja mesmo horrível. Não sei, mas seja como for tenho quase a certeza que alguém inventou este lubrificante para matar pessoas. VENENO. Cereja
Aqui decidi mudar a base da experiência, substituindo as sandes de manteiga de amendoim por bolo de chocolate. Foi uma boa ideia porque o cacau disfarçou o sabor intenso do lubrificante, apesar de eu ter usado o pacote inteiro. Isto foi um pouco como comer um bolo húmido e viscoso com um toque de químicos não-tóxicos. E no fim arrotei a saber a ponche, altamente!

Banana
Com este voltei ao mais ortodoxo formato do pão com manteiga de amendoim. Li algures que o Elvis Presley curtia muito sandes de banana/manteiga de amendoim, por isso decidi melhorar a minha imitação do rei copiando-lhe a receita. É outro nível, sou bué profunda. Este foi o primeiro lubrificante com o sabor da fruta verdadeira. Sabia a doce, mas continuo sem entender as pessoas que usam mesmo estas coisas. É assim tão aborrecido chupar uma pila au natural? Ninguém usa realmente estas merdas, certo? Maracujá
Achei, por alguma razão, que o maracujá combinava bem com manteiga de amêndoa. Estava parcialmente certa. O sabor da fruta estava bem conseguido, mas, infelizmente para mim, o maracujá sabe mal. A melhor maneira de descrever esta sandes: robusta/rústica.  Melão
A minha amiga Olivia ficou um bocado enjoada com esta ideia de misturar lubrificante comestível com manteiga de amendoim em sandes, mas desafiou-me. "Experimenta com um pepino", disse-me ela, "é tão fresco". Fazia todo o sentido e confesso que até me senti um bocado envergonhada por não me ter lembrado sozinha de usar esta imitação de dildo como base. Lá deitei o lubrificante de melão por cima de umas fatias de pepino. Estava horrível. Mesmo. Talvez a pior combinação da experiência. Bem, o morango-quivi era pior ainda, mas este ganha facilmente o segundo lugar. O mais estranho é que depois provei só o lubrificante e sabia a manteiga, por isso deve ter tido uma reacção química marada com o pepino (podia jurar que estava a comer uma manga podre que dormiu numa cama de pêlos do cu suados). Piña colada
Bem, sete mini-pacotes de lubrificante depois, chegava finalmente ao último. Não quis arriscar juntar piña colada a outro sabor qualquer, por isso decidi beber a cena como se fosse mesmo a bebida. Felizmente para mim, o melhor estava guardado para o fim! Foi como flutuar num rio sexy com um cocktail na mão depois de um dia duro de trabalho a comer lubrificante. Alta sobremesa! A conclusão aqui é bastante evidente: aprendam a humedecer os vossos genitais da maneira natural ou escolham o lubrificante com sabor à bebida porto-riquenha. Não têm de quê.