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Música

Discos: Ghost

Tame Impala para metaleiros.

Infestissumam
Loma Vista Recordings
10/10 Após o estrondoso sucesso de Opus Eponymous, muito se esperava dos suecos Ghost (Ghost B.C. nos Estados Unidos, por motivos legais), uma banda nascida em 2008 cujos membros ninguém sabe quem são, mas que dizem as más-línguas ser um supergrupo composto por pessoal de proeminentes bandas da cena death e black metal escandinavas. Com apenas um álbum, deram concertos em quase tudo o que interessa, no que toca a festivais de metal, e o anúncio deste novo disco chegou para lhes valer datas marcadas no Rock In Rio, Coachella, Lollapalooza e no Olympiastadion, em Helsínquia, fazendo com que Ghost se junte, assim, ao reduzido número de bandas de música alternativa com o selo “TOQUEI NUM ESTÁDIO”, nascidas neste milénio. Como seria de esperar, depois disto tudo, as expectativas para este Infestissumam eram obscenas. Mas vamos então falar de música: os temas passeiam entre o heavy metal clássico e os quatro cantos do rock, com solos de guitarra que sabem bem quão ténue é a linha que os separa do azeite. As letras são uma tentativa nada subtil de nos convencer a tatuar um pentagrama ao ombro e partir em missão, mas sempre cantadas em tom alegre por uma voz sublime, acompanhada por gloriosos cânticos em latim, teclados que adornam só onde interessa e uma bateria no ponto, que dá vida a alguns dos riffs mais bonitinhos a olharem de frente a Grande Besta. É metal para quem gosta de metal, para quem não gosta de metal e até para quem nem sequer gosta de música. Aliás, nem sequer sei se é metal, nem interessa: Infestissumam é um daqueles raros álbuns que nos dão aquele gozo de ouvir música bem-feita, bem produzida e despretensiosa.