FYI.

This story is over 5 years old.

Música

Discos: Joana Sá & Luís José Martins

Não é um disco para toda a gente.

Almost a Song
Shhpuma
7/10 Almost a Song, na sua interacção constante entre o leve dedilhar na guitarra de Luís José Martins e o piano fragmentado de Joana Sá, traz-nos uma colecção de peças assombrosas, tão inquietantes quanto reconfortantes na forma como se apresentam perante nós. Logo em “Cantiga de Amor” e “Rock em Setembro” atravessamos este turbilhão de sentimentos de melancolia e resignação até aos sprints endiabrados dos seus segundos finais, onde a distorção e o martelar diabólico nos deixam ofegantes. Apesar de menos turbulenta, “Cantiga, Partindo-se” ludibria-nos com uma aparente ternura, que revela tons ameaçadores no seus crescendos finais, “Die Wahnsinnige Forelle” — que significa ‘A Truta Insana’ (obrigado, Babelfish) — faz jus ao seu nome com a mescla de ruídos que nos apresenta e “Presque Sarabande Quasi Una Fan” (esta não fui traduzir) encerra o disco num ponto mais suave e ameno, mas nunca destoando da premissa estabelecida pelas anteriores canções. Ao longo dos seus cerca de 40 minutos, na sua agitação, suavidade, e de acordo com a estética quase minimalista a que muitas vezes recorre, Almost a Song não será, certamente, um disco para toda a gente. Mas para quem optar por se deixar conduzir ao longo das suas cinco canções, espera-lhe uma experiência deveras gratificante.