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Música

Discos: Henning Specht

Francamente fraquinho, excepto para quem delire com a milésima cópia dos New Order.

Kiehlufer 73

2000 Records / Idol

Não é difícil ceder à paranoia enquanto se escuta um disco de música pop cantada em alemão. Se até aqui toda a

new wave

alemã soava a um convite para ir meter o nariz em partes onde os outros não chegam com o próprio nariz, numa era pós-resgate a ameaça agrava-se e as canções de expressão germânica ganham a entoação maldosa de quem gosta de humilhar os pobres exibindo as fortunas que possui. Henning Specht, o rapaz que tem em

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Kiehlufer 73

 o seu terceiro álbum, não parece sequer má pessoa, mas dar aos seus temas títulos como “Ich Kenn Noch Immer Nicht Deinen Namen” ou “Nicht Schlecht Herr Specht” só pode vir de alguém que deseja muito mal aos restantes povos europeus. De resto,

Kiehlufer 73

consegue moderar a altivez do seu nariz empinado com alguns momentos de pop papel-de-parede (“Fenster”) e com a participação da francesa Océane Moussé (que, a julgar pela voz, será também dona de um pandeiro, que não ficaria nada mal virado para o céu num filme de Godard em 1963). Mas isso não chega para compensar todos os outros pontos em que

Kiehlufer 73

 é francamente fraquinho, excepto para quem delire com a milésima cópia dos New Order.