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Milhões de Festa

Dois Joaquins à conversa sobre o Milhões de Festa

O Durães e o Quadros.

Este é o Fua. O Joaquim Durães — ou Fua, como é conhecido — é o cérebro por trás do festival Milhões de Festa. O Joaquim Quadros é um dos locutores da Vodafone FM — que, este ano, estará a transmitir e a acompanhar em directo (e pela primeira vez) a meca da música barcelense. Neste duelo de Joaquins, ficamos a saber o que é que vai acontecer durante os próximos dias, nas margens do Rio Cávado. Joaquim Quadros: Estás fixe, Fua? Agora deves andar a 300…
Joaquim Durães: Ando a mil, mas está tudo bem. A 1300, então [risos]. Mas pronto, já que isto é uma cena de Joaquim para Joaquim, qual é o diminutivo de que gostas menos: Quim ou Jaquim?
É um bocado indiferente, mas como somos os dois Joaquins… Não curto mesmo Quim. Jaquim não é fixe, mas não gosto mesmo de Quim.
Não curtes? Não mesmo. Faz-me lembrar um jogador de futebol. Mas diz-me: temos estúdio flutuante para emitir, literalmente, a partir da piscina?
Estamos a tentar que assim seja [risos]. Isso seria incrível. Tenta que haja um escorrega também. E se não for possível, exijo uma contrapartida.
Ok. Pulseira de bar aberto de panados no Xispes. Safas-me isso?
O Xispes é um local agradável, mas para comer não é o melhor sítio. Tens de comer uma sandes de salsicha no centro de Barcelos. Vou tentar! Falando da edição deste ano do Milhões, está a ser mais trabalhosa?
Basicamente, está a ser o mesmo de sempre, e já não é pouco. Mas a nossa equipa está cada vez com mais rodagem — quase parece uma equipa de futebol, não em pré-época, mas em final de pré-época. Por isso, estou confiante. Tens alguma explicação para o facto de os Glockenwise e os Daft Punk não tocarem este ano?
Vão fazer uma digressão logo a seguir. Estão a prepará-la. E de onde é que desencantaste os Spacin’, que são a melhor banda que ouvi nos últimos cinco dias? Adorei, adorei mesmo o disco deles.
Isso é daquelas coisas que vêm assim do nada. Por aqui, o disco também tem rodado insistentemente. Não pára. Ainda hoje pedi o carro ao meu pai só para dar umas voltas e para poder o álbum ouvir enquanto conduzia. Boa! Vamos ter uma série de emissões e de concertos em directo a partir de um estúdio de rádio no Milhões. Vai ser o primeiro ano em que isto acontece, certo?
Vai, vai. Vamos ver como corre. Vai correr bem, de certeza. Claro! Olha, achas que por ser o primeiro tenho direito a jantar à luz das velas com a Austra?
Já tenho aqui pedidos de pessoal que tem bilhete e que quer tirar fotos com ela no backstage. Despida ou vestida?
Isso não me foi discriminado, mas estou a falar de malta que andou comigo na faculdade, que me começou a enviar mensagens e de quem já não sabia nada há imenso tempo. [Risos] Que interesseiros! Mas a Austra nem é assim tão bonita, pois não?
Acho que não. Sinceramente, até prefiro a Tamar [Aphex]. Se houver slot para fotografias com a Austra, eu aproveito. Fala-me de novidades para este ano. O Milhões está a crescer cada vez mais.
Sim. Resumindo, este ano é a continuação do que fizemos no ano passado. Estamos a tentar melhorar e optimizar a experiência que é o Milhões. É engraçado ver que a cidade está cada vez mais aberta para o festival e já se sente que espera que o festival aconteça. Ou seja, tudo se acelera para que as coisas corram bem.
Sim, no primeiro ano ninguém sabia o que estava a acontecer. Era o festival do rio com algumas bandas. Agora já se sente que a cidade abraçou o festival. Ainda há pouco estava no bar da minha aldeia (que é a dez quilómetros de Barcelos, no meio do nada) a tomar café com o meu pai e toda a gente que entrava acabava por me perguntar pelo festival. Não é propriamente o público-alvo, mas posso dizer que toda a gente me cravou um bilhete. Lindo! Em troca de um croquete?
Não. Era mais do tipo “andei contigo ao colo”, “pago-te uma cerveja”, ou “já fiz trabalhos de electricista na tua casa e não cobrei nada”. A cobrarem o favor, é incrível. Vias essas pessoas em EyeHateGod a curtir o concerto?
Eu via. Sou de uma aldeia muito virada para o metal. Lá, toda a gente tem t-shirts dos Sepultura ou dos Metallica. O estúdio está no sítio para começarmos a emissão amanhã, certo?
Acho que sim. Pelo menos hoje, quando saí de lá, a estrutura estava a ser montada e já estavam a passar cabos. Quando vejo passar cabos quer dizer que alguma coisa está a acontecer [risos]. E olha uma coisa, o que é que se põe na água da piscina do Milhões?
Os responsáveis das piscinas não nos informam dessas coisas, dizem que é segredo da casa. É uma receita, tipo cloro com alguma coisa que ninguém sabe.
Sim, sim. Cloro com bocado de esquifante, que é a bebida lá dos Xispes. Queria só perguntar-te algo que nunca te perguntei. Os Alt-J ligaram-te a agradecer o Mercury Prize?
Ainda hoje, por acaso, recebi um sms deles. Foste importante nessa conquista dos gajos, tenho a certeza.
Aqui em Portugal acredito que sim, alguma coisa. Sinto-me sempre orgulhoso quando estas coisas acontecem. Mas também me sinto super feliz por, três anos depois, ter os ZA! novamente no festival. Eles estão cada vez melhores, parece que, a cada disco que passa e por cada palco que pisam, aquela banda fica cada vez melhor. Pá, eles já nos dedicaram uma música num disco, já nos dedicaram uma capa e agora são quase barcelenses honorários. Já atribuímos um título de barcelense honorário ao Shela dos Riding Pânico. Este ano a chave da cidade será entregue aos ZA! Obrigadão, Fua. Encontramo-nos daqui a bocado no Milhões.