Fomos ao Erosporto, e foi assim

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Fomos ao Erosporto, e foi assim

O Erosporto não pára de crescer, e para muitos já é um ponto de peregrinação.

Entre o amor e o sexo, a luxúria e o desejo, o soft e o hardcore, fizemos a nossa incursão anual à Erosporto, feira erótica, evento único do género na zona invicta.

É um ponto de peregrinação para muitos por várias razões. Este certame não pára de crescer, em público, em oferta visual e em espaços que procuram de ir de encontro às preferências de cada um. O que nos leva a pensar que pelo menos algo em Portugal não está em crise.

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Temos o Quarto Escuro, cujo nome fala por si e abre espaço à imaginação, a Sala Naturista onde se pode estar como se veio ao mundo e socializar no bar (faz-me pensar na anedota dos amendoins, um dia conto…), uma Sala de Strip onde amadoras com corajosas mostram o que fazem nas aulas de Pole Dance, e as áreas de Sexo ao Vivo, para quem queira aprender qualquer coisinha. Repetente de outras edições, a área BDSM trouxe-nos demonstrações ao vivo de plays de agulhas, de fustigação, ou inversão de papéis sexuais, recorrendo ao uso de um strap-on. Aqui o público parava e ficava a observar, hipnotizado pela serenidade com que a Ama Monika torturava o seu obediente servo, enquanto este, grato e fiel , lhe beijava os pés.

A área Swinger, sempre com muito movimento de entra e sai (da porta obviamente), fez-me descobrir que lá prós lados da terrinha, em Gaia, existe uma quinta onde os casais podem entregar-se aos prazeres do sexo, sem infidelidade, e onde pudemos ouvir a anfitriã dizer que "é só para ver, mas se alguém quiser participar, bora lá!"

As mulheres foram mimadas com o seu espaço próprio, onde usufruiram de strip masculino, apimentado com todos os estereótipos dos filmes e romances de cordel. É bom de ver, voluntárias sem vergonha e sem medo, a subir as escadas que dão ao palco, com claques de amigas a aplaudir e a gritar. E é inevitável pensar que isto é tudo uma brincadeira, embora simbolize muito, em termos de liberdade e igualdade. Este tema leva-nos a outra zona, cada vez mais ampla e com espectáculos de interacção masculina: a Hotgay. Ficámos admirados, não só com o que se passa em palco (que chega a ser bastante hardcore, pelo menos segundo os nossos padrões), mas por ver tantos espectadores masculinos, tão atentos e sossegados. Estará o macho português a abrir a sua mente?

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Show após show, tentámos furar a multidão por entre os curiosos munidos de máquinas fotográficas, câmaras de vídeo e (ahhh admirável mundo novo…) telemóveis encaixados em selfie sticks, para poderem filmar em modo macro as partes mais íntimas das stripers. Na zona comercial as pessoas acotovelavam-se entre a parafernália erótico-sexual. Compravam, perguntavam, e opinavam. Os shows privados, apesar de pagos à parte, eram bastante concorridos: casais jovens, casais mais velhos, em grande descontracção, como se estivessem a sair de uma sala de cinema.

Lá diria o outro… Em tempos de crise, o português tem que distrair-se com alguma coisa…