Harriet Were: Sim, mas não toda a vida. Há muitos lugares que quero ver e conhecer. A Nova Zelândia será sempre a minha casa, há uma certa magia aqui. Estiveste em Paris recentemente, aproveitaste para fotografar?
Não fiz muitas fotos quando estive em Paris. Só tinha uma câmara de vídeo velha do meu pai e não tinha dinheiro para rolos. Devia ter tirado mais fotos. Tenho mais mails da experiência do que fotos. Não há uma cidade que me diga mais do que outra. Tanto me faz onde estou. Neste momento, o sítio ideal para mim é a Nova Zelândia e quero que isso esteja reflectido nas minhas fotos, não me interessa ocultá-lo. O teu trabalho parece-me despido, muito natural. Como é o teu processo criativo?
Tento manter tudo muito simples. Uso luz natural em vez de flash, acho que assim capto melhor a atmosfera. Gosto de me focar nas miúdas e nas pessoas como são, sem poses. Não edito fotos. Nem sei usar Photoshop. As imperfeições e a timidez não só são normais, como também são desejáveis. Espero que as pessoas se sintam identificadas com as fotos. As tuas fotografias com modelos parecem material que não era suposto ser publicado. Que pedes às modelos antes de posarem para ti?
Não lhes peço nada. Quero sempre fotografá-las tal e qual como são, de maneira a que se sintam à vontade. Às vezes é difícil evitar todos esses olhares sensuais e essas poses às quais já estão habituadas. Não gosto muito de usar maquilhagem nem penteados; as modelos são bonitas naturalmente, são jovens e frescas. Quero que as pessoas reparem nisso.