Bethesda, Maryland, 2014. Eu, reflectido na janela da sala.Comecei a retratar a minha família, exaustivamente, depois de ter estado a trabalhar durante anos num projecto sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão. Para mim, a fotografia é, no melhor dos casos, uma nítida manifestação do peso da experiência, e a expressão mais pura do subconsciente. Mas em tempo de guerra a fotografia transforma-se num instrumento opressivo, corrompido pela morte e pelo desespero. Já tinha perdido o hábito de descobrir o belo entre o mundano. Então comecei a fotografar a minha família, e a casa da minha infância, em Maryland. No princípio, a ideia era retratar os meus avós. Estavam a envelhecer, e isso tornava-me consciente da sua mortalidade. Quando nasceu a minha sobrinha, foi como se a minha família tivesse começado outra vez. Graças a ela comecei a apreciar o amor que tinha recibido, e o santuário que a minha casa sempre foi.
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