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A minha ideia era escrever um romance antes de dirigir o The Future . Queria que fosse inspirado numa história real, mas durante a rodagem percebi que a ficção funciona melhor, já que as histórias se afastam do meu próprio mundo interior. Por isso coloquei o romance em stand by e rezei para que me ocorresse algo que tivesse personagens que não pudesse interpretar. Com o passar do tempo ocorreu-me a relação excêntrica entre Cheryl e Clee, mas custou-me muito chegar até aí.Como artista multidisciplinar, achas que as tuas ideias podem adaptar-se de um suporte ao outro? Isto é, farias um filme a partir do livro?Durante o processo de escrita, achei que também poderia um filme porque é uma história muito dramática. Os locais não seriam difíceis de encontrar. O argumento baseia-se numa relação selvagem entre dois grandes actores. Mas agora que o terminei não penso da mesma forma: o filme nunca superaria o livro. Mesmo assim, as duas áreas influem em todo o meu trabalho. Da mesma forma que The Future afectou este romance, posso garantir-te que o livro já está a condicionar o meu próximo filme.
É curioso porque, até agora, a maioria das pessoas que compraram as peças nem sequer puderam ler o livro. Acho que as compraram porque pensam que tem algum tipo de valor. Para mim, as melhores são as que estão nos capítulos mais significativos: provavelmente as cortinas amarelas não sejam as mais bonitas do mundo, mas são um ponto chave na história. Têm mais valor do que as pessoas imaginam.Por falar em viver entre a ficção e a realidade… Se pudesses viver dentro de uma obra de arte, qual seria e porquê?
Conheces Dummy, o disco dos Portishead? Sempre o imaginei como um lugar super sexy e relaxante. Talvez porque quando comecei a ouvi-lo era um bocado viciada em Vicodin. Nunca esquecerei essa sensação de calma que me transmitia. Isto se, apenas lá vivesse durante um dia. Hoje, por exemplo.@miranda_julyEste artigo foi inicialmente publicado em i-D.