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Música

Música: KK Null

Se quiséssemos impressionar o ET, esta seria a banda sonora ideal.

Fertile
Touch
8/10 Se algum dia um alienígena se deparar com o disco dourado a bordo da nave Voyager, penso que não irá ter tanta afinidade pela “Harmonices Mundi”, composta através de sintetizadores controlados pela Laurie Spiegel nos anos 70, como poderia sentir pela faixa “0415” deste álbum. Além do mais, o tipo de sonoridade que contém é daquelas que o Matthew Barney provavelmente gostaria de incluir num remake do 2001: Odisseia no Espaço, se algum dia lhe apetecesse transformar o HAL numa espécie de MacBook com uma daquelas capas leopardo cor-de-rosa esgotadas há vários meses, na Amazon. No entanto, o que destaca Fertile de outros álbuns avant-garde não é o seu potencial desperdiçado, mas sim o cariz social que tem implícito. KK Null esforçou-se por criar o presente de natal que a parte mais caloteira da humanidade há muito ansiava: oito faixas de puro reset, prontinhas para acariciar as dendrites do pessoal a quem devem dinheiro. E eu, que acabei de as ouvir, garanto-vos: por momentos, visitei uma galáxia onde não existia nada por pagar.