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Música

Os Plastic Flowers preparam-se para o SXSW em Portugal

Da Grécia, também vem música.

Os

Plastic Flowers

são daquelas bandas que dão sentido à internet. São dois tipos que fazem excelente música ambiente, entre a dream-pop e o shoegaze experimental, mas que vêm de um país que não vive as melhores condições, cada vez mais fechado culturalmente e onde não vão tendo grandes hipóteses de se potenciarem. Lembra-vos de alguma coisa?

Felizmente, existe a internet e, para o bem ou para o mal, fazemos por estar todos ligados. A Giorgos e Angel, os dois gregos que compõem a banda, permitiu-lhes promover a sua música, expandir-se e evoluir. Já contam com uma quantidade significativa de seguidores fiéis na rede, o que lhes possibilita sair da sua esfera social e apresentar a sua primeira tour mundial, com datas em Portugal, no Reino Unido e nos EUA, onde vão tocar no festival South by Southwest (SXSW). Na internet, não há crise. E falando nisso, foi uma editora portuguesa quem primeiro lhes reconheceu o potencial e estendeu a mão: a aveirense

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Cakes and Tapes

. Em vésperas de os recebermos a eles e ao seu novo EP

Aftermath

, lançado no início de Fevereiro, fomos falar com Giorgos, o fundador da banda, para perceber quem são os Plastic Flowers e qual a ligação que mantêm com o nosso país.

VICE: Para quem possa nunca ter ouvido falar de vocês, quem e o que são os Plastic Flowers?

Giorgios:

Plastic Flowers começou como projecto a solo de música ambiente em 2011. Durante o primeiro ano, eu era o responsável pelo projecto, tendo gravado dois EPs e um single. Recentemente, o meu grande amigo Angel juntou-se a mim e tornámo-nos numa dupla. Continuámos as gravações juntos e viajámos pela Grécia e pelo Reino Unido, no ano passado.

Fevereiro marcou o lançamento do vosso terceiro EP em formato físico, Aftermath. Este é também o vosso primeiro lançamento enquanto dupla, desde que o Angel se juntou a ti, certo? O que podemos esperar dele?

Sim, trabalhei no

Aftermath

com o Angel e este é mesmo o nosso primeiro lançamento juntos. As influências dele acrescentaram mais “profundidade” e maturidade, e ajudaram os Plastic Flowers a encontrar um som muito próprio e único. O nosso novo LP será ainda mais orgânico e lo-fi, com vários elementos experimentais. Além disso, andamos a tocar com um baterista, portanto podem contar com faixas de bateria fluídas em vez de percussão mecânica.

Para flores de plástico, estão a crescer bastante bem! Hum?

[Sem resposta]

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Não? Está bem. Também vão iniciar a vossa primeira tour mundial brevemente, aqui mesmo em Portugal. Isso quer dizer que vos vamos poder ver a tocar ao vivo.

Sim, é verdade! A nossa editora portuguesa (Cakes and Tapes) ajudou-nos a marcar a tour no vosso encantador país, e mal podemos esperar por aí chegar! E estão todos mais do que convidados a aparecer. Vai servir também de preparação para o SXSW, onde vamos tocar a seguir. E depois disso vamos continuar a tour pela costa este dos EUA, para seguirmos imediatamente para o Reino Unido. Vamos ter um mês recheado de coisas, portanto.

Cheios de planos! Mas espera, explica lá. Vocês são uma banda grega, e a vossa editora é portuguesa… É bom saber que não é só a crise a ligar o nosso país, suponho.

Na verdade temos duas editoras, uma norte-americana (Manic Pop! Records) e uma portuguesa. A ligação entre os Plastic Flowers e a Cakes and Tapes foi estabelecida logo em 2010, era eu ainda um puto de 20 anos. O Diogo, o manda-chuva da editora, gostou da minha música e ajudou-me a lançar o EP

Meltdown

em cassete. E no ano passado fez o mesmo para o EP

Natural Conspiracy

. Nós olhamos para a crise como uma oportunidade, e não como uma maldição. E no fim, permitiu-nos que nos ligássemos à cena “underground” musical internacional, e a tornar a nossa música mais conhecida. Não sei, é uma questão de oportunidade e de perspectiva, acho.

Fazer boa música também ajuda. Como disseste, vão tocar no festival South by Southwest (SXSW) a meio de Março, depois de virem ao nosso país. É uma oportunidade “daquelas”, devem estar entusiasmados! Como conseguiram?

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Estamos animadíssimos, estar entre tantas grandes bandas e músicos e poder tocar com eles é uma cena única! Não sei, o período de inscrições veio e achámos que era tempo de arriscar e agarrar a oportunidade. E olha, aconteceu. Austin, cá vamos nós!

Pois, além de que têm recebido boas críticas de basicamente todo o lado. É motivo de orgulho.

E estamos agradecidos a todos, óbvio. Cada crítica ajuda-nos a perceber os nossos pontos fracos e os fortes, e a evoluir. Infelizmente, a Grécia não é o ponto mais frutífero em termos de revistas, sites ou blogues do género, que dêem atenção às bandas, portanto esta “internacionalização” é bem-vinda. De resto, vamos compondo e tocando. Decidam vocês o que acham.

Os Plastic Flowers actuarão em Portugal na próxima semana. Confiram abaixo as datas:

7 de Março: Primeiro Andar, Lisboa

8 de Março: Mercado Negro, Aveiro

9 de Março: CDGO, Porto (showcase)/ O Meu Mercedes, Porto

10 de Março: FNAC, Braga, Portugal/ FNAC, Guimarães