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Comida

O Caviar é a excepção que foge à regra no veto Russo à comida Ocidental

Existe um item que tem um estatuto especial, e que está autorizado a atravessar a fronteira.
Photo via Flickr user geishaboy500

A Rússia baniu a importação de praticamente tudo o que provém do mundo Ocidental em resposta às sanções aplicadas, devido ao conflito ucraniano. Ou seja, desde o verão passado que na Rússia não entra nem carne, nem peixe, nem lácteos provenientes da Europa ou dos Estados Unidos.

O Presidente Vladimir Putin está tão chateado com o Ocidente, que começou recentemente a destruir toda a comida ocidental que chega à fronteira. A semana passada destruiu 350 toneladas de alimentos banidos, o que levou a população a manifestar-se, por causa de crescente escassez de recursos alimentares.

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Mas existe um item que tem um estatuto especial, e que está autorizado a atravessar a fronteira. Sim, é a comida dos Czares. Estou a falar de ovas de peixe salgadas, também conhecidas como caviar.

Caviar Italiano.

Quê?

Isso mesmo que ouviste. Devido à pesca intensa no Mar Cáspio, o esturjão já não dá para o gasto (do apetite da oligarquia russa), e regras são regras, mas isso não faz de Putin um monstro assassino da delicatessen. O Presidente está encantado de proporcionar aos plutocratas do seu país esta comida de gato para ricos. Por isso, esqueçam o vinagre balsâmico vintage, as trufas toscanas, ou o parmesão Grana Padano. Putin quer o seu caviar. Que se lixe o embargo!

Agroittica Lombarda SpA, um produtor de caviar italiano, diz que a Rússia é agora o seu maior cliente. A empresa, que está sediada em Calvisano, perto de Milão, produz cerca de 25 toneladas de caviar por ano, e o seu produto mais caro é uma lata de quase dois quilos de Beluga, que custa mais de 13.000 euros. Este caviar é vendido pela marca Calvisano em quase todo o mundo.

Menos na Rússia.

O Putin é, chamemos-lhe assim, um nacionalista. E não quer que o mundo pense que os peixes russos não são capazes de abastecer as necessidades do seu país. Lelio Mondella, o director de Agroittica, disse ao Bloomberg Business: "Tivemos que mudar a marca para um nome russo, e as latas não vêm com a etiqueta 'Made in Italy'."

Mondella explica: "Eles querem comer o seu caviar. Eu entendo. Não podem viver sem ele, e por isso abriram uma excepção." É bom ser amigo do Czar, na Rússia de Putin. Também falou com o Bloomberg Business sobre um passeio que deu recentemente pela Costa Sarda, no iate de um russo endinheirado. O anfitrião abriu uma lata de (segundo ele) "um fantástico caviar russo". Mondella provou-o, e discretamente levantou a lata para ver o que dizia por baixo. O código de barras comprovou que se tratava de caviar 100% Calvisano.

Este artigo foi originalmente publicado em Munchies.