Já se sabe, chega à quadra festiva e se não estás preparado passas uma semana a levar com sozinhos em casa, frozens, músicas no coração, natais dos hospitais, nascimentos de Jesus e o diabo a quatro. Ainda para mais este ano, depois do 24 e do 25 mete-se o fim-de-semana, e entre os restos da Consoada, as saídas devastadoras com os amigos e a tua mãe a insistir para vestires aquela camisola linda que te ofereceu (mas que ainda não tiveste tempo de ir trocar), convém meteres a vida em dia.E meteres a vida em dia implica veres as séries a que ainda não conseguiste dedicar o tempo devido, porque, claro, tens mais que fazer e quem é que vê televisão hoje em dia? Ninguém, certo? Errado. O que não faltam hoje em dia são boas razões para ver TV. Se a vês tradicionalmente, no portátil, no tablet, ou no telefone, é contigo, mas uma coisa te garantimos, estas séries vais querer ver do princípio ao fim.Por isso aproveita o aconchego natalício do lar, o cheiro a filhoses e a cabrito assado, saca uma garrafa de vinho para o pé de ti e mergulha. As escolhas são da total responsabilidade de Pedro Homero (1 e 2), Pedro Miguel Silva (3 e 4) e Sérgio Felizardo (5 e 6).E não vais arrepender-te:Quando é difícil dizer se uma série é comédia ou drama podemos estar perante lixo ou luxo. OITNB é claramente luxo. Senão vejamos: um argumento poderoso, finamente entrelaçado a cada episódio, abordando temas tolos e sérios com a mesma intensidade, personagens fortíssimas interpretadas magistralmente - impossível escolher uma favorita - e uma sensibilidade vincada (que já se notava, por parte da criadora, na sua série anterior, "Weeds") em temas que a televisão costuma ignorar, ou referir ao de leve. Se nada disto te motiva, então vê a série pelo sexo lésbico, que também é bom.Lembras-te quando eras adolescente e vias aquelas séries fantásticas que abordavam os temas que te interessavam (ou pelos quais tinhas dúvidas), de uma maneira super-cool e fascinante? Pois, nem eu, porque não havia nada disso. "Skins" (bitch, please, falo da versão inglesa) faz-te regressar a uma adolescência fantástica e excitante que não tiveste, mas recompensa-te com doses generosas de honestidade, trata as personagens com inteligência e está anos-luz à frente de quase tudo em direcção de actores. Não é necessariamente uma série para adolescentes: é para quem goste de boa televisão.É provável que não passe da primeira temporada devido ao raio das audiências, mas a verdade é que esta série, claramente psicotrópica, é das melhores coisas que já passaram num pequeno ecrã. Com as brilhantes interpretações de Steve Coogan, Kathryn Hahn, Bradley Whitford e Ellen Barkin, "HAPPYish" tem tanto de drama como de comédia, apesar de estar longe dos estereótipos e manias destes universos sentimentais. A história reza mais ou menos assim: Thom Payne (Steve Coogan) é um marketeer a braços com uma crise de meia-idade, que ainda por cima terá de lidar com um patrão bem mais novo e ideias publicitárias que nada têm a ver com a sua escola e ética. A procura da felicidade de Thom vê-se assim fortemente abalada, percebendo que terá de contentar-se com qualquer coisa como a felicidadezinha (tradução muito livre do título HAPPYish). Já Lee (Kathryn Hahn), a sua mulher, é uma artista muito zangada com a vida, que tenta conjugar a vida de criadora com a de mãe, isto entre muitos palavrões e charros. Cada episódio conta com a presença de ilustres convidados, tais como Albert Camus, Rene Descartes, Deus ou Adolf Hitler. Uma série imperdível, num torrent perto de ti.Se gostas dos livros da Agatha "brit" Christie, em que te pões a adivinhar quem de entre uma dúzia de suspeitos será o culpado, irás certamente gostar deste série, que terminou em 2015 após nove belas temporadas. Passada em Oxford e produzida pela recomendada ITV, "Lewis" retoma a clássica série Inspector Morse (no ar entre 1987 e 1993, se descontarmos os episódios especiais). Robert "Robbie" Lewis, braço direito – e então sargento - de Morse, é agora o inspector maior, assistido por um tipo louro e muito introspectivo chamado James Hathaway, que trocou a vida monástica pela do combate ao crime. O bom da coisa, para além do típico humor britânico, dos pubs bafientos e do ambiente soturno das terras altas, são as personagens bem construídas, o que faz desta série muito mais que uma luta pela adivinhação. Podem recorrer ao torrent mas, de quando em vez, a Fox ainda passa alguns episódios.Galáctica meets Hunger Games meets 2001 Odisseia no Espaço meets Guerra dos Tronos meets Mad Max…e mais uma série de coisas que de certeza te vão vir à cabeça quando te sentares a ver isto e só conseguires sair no fim da segunda temporada (e a contares os dias para a estreia da terceira). A boa notícia é que é já dia 21 de janeiro e o trailer acaba de ser lançado. A má notícia… não existe. Em "The 100" é tudo bom. Talvez não pareça quando lhe pegas. A sensação é meio estranha. Parece que é uma daquelas cenas para adolescentes pouco exigentes, sacada a partir de um romace best seller qualquer. Tanga sci-fi. Aguenta. A sério. aguenta, porque não vais ver nada melhor em muito tempo. A premissa é simples: quando o apocalipse nuclear destrói toda a civilização terrena, os únicos sobreviventes são os habitantes das 12 estações espaciais internacionais que naquela altura orbitam a Terra. Três gerações depois, os quatro mil sobreviventes da Arca Espacial constituída pela junção das estações enfrenta o aproximar do fim dos recursos e as medidas draconianas são impostas a um ritmo cada vez mais acelerado. Uma das medidas passa por enviar para o solo uma nave com 100 delinquentes juvenis para testarem as condições de habitabilidade. Uma aventura fascinante que rapidamente se transforma numa guerra absoluta pela sobrevivência. Épica, envolvente, densa, fascinante e viciante. Se ainda não aproveitaste o mês grátis de Netflix, já sabes por onde começar."Mad Men" versão geeks dos computadores dos finais de 70 e primeira metade dos 80. "Halt and Catch Fire" é a história Aqueles que transformaram os monstros que ocupavam salas e edifícios inteiros em cenas que cabiam em cima da secretária, corriam jogos e comunicavam entre si. Uma espécie de olhar ficcionado para sobre a loucura do boom informático daquela época, a partir das vidas dos que desbravaram caminho e construíram as bases do nosso futuro. Este onde vivemos agora. É uma série que anda pelo canal AMC em horários diurno e nocturno, com as duas primeiras temporadas a rodar ao mesmo tempo, mas que de certeza encontrarás algures por aí.
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1. Orange is the New Black (Netflix - 3 Temporadas. 4ª Temporada em 2016)
2. Skins (Netflix - 7 Temporadas)
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3. HAPPYish (Tu sabes onde procurar - 1ª Temporada)
4. Inspector Lewis (Fox Crimes - 9 Temporadas)
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