Um dia com os ravers na Disneylândia

FYI.

This story is over 5 years old.

Entretenimento

Um dia com os ravers na Disneylândia

São muitas as subculturas que fizeram da Disneylândia a sua meca e ponto de encontro. Há uns dias foi a vez dos ravers, que decidiram comemorar o seu 14º Summer Raver Day no parque temático.

São muitas as subculturas que fizeram da Disneylândia a sua meca e ponto de encontro, especialmente dos góticos e dos mega fãs da Disney que se vestem como um grupo de motards. No entanto, também se celebram eventos menos conhecidos, como o Nerdy Day, o Dapper Day (dia da elegância) e ainda um dia para os amantes do ska - "It's a Ska World After All".

Na semana passada foi a vez dos ravers, que decidiram passar o seu 14º Summer Raver Day no parque temático. E sim, é tal e qual como parece.

Publicidade

Sou inglês, por isso, cada vez que ouço a palavra raver, imagino gente vestida com roupa informal, numa nave industrial ou num campo, com a mandíbula tão deslocada que parece que vai desintegrar-se e cair a qualquer momento.

Mas os ravers da Disneyland apareceram cobertos de pulseiras e colares de plástico coloridos, calças de ganda e peles sintéticas, e com uma atitude tão amável que até parecia suspeita. Tipo isto:

Assim que cheguei, comecei a falar com uma tal de Valerie, que participava no evento pela primeira vez e me explicou - súper entusiasmada - o que é que se estava ali a passar. "Aqui só queremos PAUR", disse, "que significa paz, amor, união e respeito".

"Fazemos tudo com muito amor", continua, e depois explica-me o significado das pulseiras que traz e que, segundo o que me conta, são todas feitas por ela ou oferecidas por outros ravers que conhece. "Sempre feitas com PAUR", repete. "E tem que ter um significado. Se um colar não significar nada para mim, tiro-o".

Continuou a explicar-me que trocavam pulseiras, como uma espécie de ritual para este pessoal, ao nível das mensagens encriptadas das sociedades secretas, ou os apertos de mãos dos maçons. (Aqui podes ver uma demonstração do que acabo de dizer).

Perguntei a uma rapariga se estas pulseiras não eram incómodas. Afastou umas quantas para me mostrar a pele oculta debaixo daquele mar de plástico. "É isto que acontece", disse. "Chamamos-lhe cancro do plástico".

Publicidade

Quando ouvia a palavra PAUR, imaginava uma espécie de código secreto para se referir a uma droga porque, bem… basta olhar para estas pessoas. Mas Vince Cotson, organizador do RaverDay, assegurou-me que esse não era o caso e que todos os participantes iam passar o dia sem consumir droga. "Em 14 anos nunca tivemos nenhum caso de mau comportamento", acrescentou. Além disso, no convite do evento no Facebook estava bem explícito que não eram autorizadas nenhum tipo de drogas (podia ler-se a advertência "DROGAS NÃO", em letras maiúsculas).

Estou convencido que não me mentiu: o dia decorreu com um ambiente súper tranquilo, familiar. O pessoal era fixe, algo bastante provável já que estamos a falar de gente coberta de pulseiras coloridas, mexendo-se ao ritmo do garage mais alegre do mundo.

A única coisa que destoou um pouco foi isto que me ofereceu um raver, que me reconheceu por o meu sotaque e começou a tagarelar comigo: "Sou bastante interessado pelo fetichismo, que teve origem em Inglaterra", disse-me.

Até ao final do dia, uma senhora mais velha aproximou-se da rapariga da esquerda e perguntou o que raio vinha a ser tudo aquilo. "São pulseiras de cores", explicou a miúda. Quando vives uma experiência agradável com alguém, trocas pulseiras com ela.

Por isso, quando voltares a encontrar-te com essa pessoa noutra ocasião, podes dizer: "Hey! Já nos vimos antes, naquele sítio!".

E depois deu à senhora uma das suas pulseiras. Bom pormenor.

Publicidade

Vê mais fotografias em baixo.


RELATED: Go behind the scenes of Escape from Tomorrow

, a movie shot entirely at Disneyland and Disney World without Disney's permission.