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Rafael Braga: mais um rapaz comum

Assista ao documentário da VICE sobre a prisão do ex-catador de latas e único condenado pelas Jornadas de Junho.

O caso de Rafael Braga ilustra a realidade de tantos outros jovens negros no Brasil. É isso que investiga o documentário da VICE sobre a prisão do ex-catador de latas e único condenado nas Jornadas de Junho de 2013.

A história de Rafael não é simples. Em 2013, foi detido por portar produtos de limpeza. À época, a polícia e a Justiça entenderam que aquilo era, na verdade, material explosivo. O catador, que estava em situação de rua, afirmou sequer participar das manifestações. Depois da detenção, acabou respondendo em liberdade e conseguiu um emprego no escritório de advocacia de João Tancredo, também responsável por sua defesa.

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Em janeiro de 2016, um novo capítulo nessa história. Braga, que saia de casa para comprar pão pela manhã usando tornozeleira eletrônica, acabou sendo levado para a delegacia sob a acusação de porte de drogas. Em seu depoimento, afirmou que aqueles 0,6 g de maconha e 9,3 g de cocaína não lhe pertenciam e que foram "plantados" pelos policiais. Assim como um rojão.

Mais uma vez Rafael Braga foi preso tendo como base apenas a fala dos policiais que efetuaram a detenção.

Primeiros instantes de Rafael fora da prisão. Foto: Matias Maxx/VICE

No documentário Rafael Braga, mais um rapaz comum, a VICE — primeiro veículo a entrevistar Braga na época de sua primeira detenção — reconta essa história que ilustra como jovens negros periféricos acabam na mira da polícia e da Justiça brasileira. Não à toa, o país já possui a 4ª maior população carcerária do mundo.

Entre os entrevistados no documentário, militantes lembram como Braga sequer sabia sobre o teor político das Jornadas de Junho. Falam também nomes como Caetano Veloso, Marcelo D2, Marcelo Freixo, os advogados da defesa de Rafael, além da mãe do jovem.

Foto: Matias Maxx/VICE

Foto: Matias Maxx

No último dia 15 de setembro, o ministro Rogério Schietti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), deferiu liminarmente o habeas corpus permitindo que Braga trate a tuberculose em prisão domiciliar. Ainda que em casa, o ex-catador segue cumprindo uma pena por um crime que não cometeu. Sua defesa afirma que continuará recorrendo.

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