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A Internet Transformou a Estrela Pornô Jelena Jensen numa Empreendedora

Formada em cinema, Jensen dirige seu próprio site, gerencia os de outras artistas, filma vídeos e apresenta um programa chamado The J Spot.

Foto cortesia de Jelenajensen.com

O século 21 não é a época ideal para transar em frente às câmeras por dinheiro. Sites de compartilhamento de vídeos e a pirataria diminuíram a demanda pelo trabalho dos profissionais do mercado adulto. Além disso, graças às webcams qualquer pessoa com conexão Wi-Fi pode ser um ator pornô. Para continuar vivendo disso, a estrela pornô Jelena Jensen tomou o controle de sua presença profissional digital.

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Formada em cinema, Jensen dirige seu próprio site, gerencia os de outras artistas, filma vídeos e apresenta o The J Spot, um programa da Vivid Radio. Trabalhando em casa na frente do computador na maioria dos dias, ela lembra uma empreendedora padrão da internet – apesar de trabalhar com peitos e pinto.

Querendo saber mais sobre como a Jelena vem combatendo a pirataria e conseguindo lucrar com seu trabalho, liguei pra ela para discutir as lutas da indústria pornô, empreendedorismo e por que ela chama a si mesma de “webmistress”.

VICE: Como você começou a trabalhar na indústria do entretenimento adulto?
Jelena Jensen: Eu fazia cinema na Chapman University em Orange County, Califórnia. Eu estava procurando um trabalho de meio período que pudesse ser flexível durante o ano escolar. Achei uma vaga do tipo e me candidatei. Quando eles ligaram para marcar a entrevista, eu perguntei: “O que exatamente vocês fazem mesmo?” E eles disseram “conteúdo de internet”, e eu não quis perguntar o que era isso exatamente, porque não queria que eles me achassem burra demais para trabalhar lá. No final da entrevista, eles disseram: “Ah, aliás, é conteúdo adulto; se você tem algum problema com isso, é só dizer”. Eu disse que não. Fui gerente de projetos lá, depois me tornei gerente de marketing e eventualmente trabalhei em período integral enquanto terminava a faculdade. Foi só na AVN Adult Entertainment Expo de janeiro de 2003 que um empregado disse: “Bom, por que você não trabalha como modelo nua, aí você não precisa fazer sexo com ninguém?”. Um mês depois, comecei a filmar e me tornei meu próprio negócio, fazendo solo para revistas.

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Você comanda seu próprio site?
Sou uma das poucas pessoas que realmente fazem 100% do trabalho em seus sites. No final do mês meu site faz dez anos. Quando comecei, eu tinha um webmaster, um amigo meu, e seis meses depois ele começou a trabalhar para uma grande companhia. Ele disse que não tinha mais tempo de dirigir o meu site, mas que eu podia assinar um contrato com a companhia deles e ele cuidaria de tudo lá. Conversei com eles. Todo mundo se oferecia para comandar o meu site, mas ninguém realmente se comprometia – eles queriam que eu simplesmente entregasse tudo na mão deles. Por mais que o pornô seja mais aceito hoje do que costumava ser, isso ainda te segue aonde você for. E se essa marca ia ficar no meu registro, então eu ia fazer disso uma carreira e fazer isso valer a pena.

Como é um dia normal de trabalho para você?
Passo a maior parte do tempo em frente ao computador. Não atuo mais tanto. Eu gerencio outros dois sites: o MaximumMaggie.com, da Maggie Green, e o AriaGiovanni.com, da Aria Giovanni. Então passo a maior parte do meu tempo malhando, cozinhando e sentada na frente do computador. Sempre que digo no Twitter que vou passar o dia trabalhando, os fãs sempre fazem piada. Eles não me imaginam sentada na frente de um computador realmente trabalhando.

A pirataria afeta muito seu negócio?
Muito. O único lugar onde libero meu conteúdo é online, e as pessoas roubam isso e colocam em outro lugar:obviamente nos sites Tube por aí. Isso me afeta, porque as pessoas pensam: “Por que vou pagar para me inscrever no seu site se posso ter isso de graça?”. Pago um serviço que envia notificações legais para tirar meu conteúdo de outros sites – muito raramente alguma coisa minha fica muito tempo onde não deveria estar –, mas ainda tem os torrents e outras coisas que são uma dor de cabeça. Eu diria que provavelmente faço um terço do dinheiro que fazia antes.

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Atuar como cam girl, fazendo chamadas de vídeo privadas para clientes, ajudou a combater esse golpe financeiro?
Sim. Quando comecei a fazer as chamadas de vídeo, ainda não havia áudio e os clientes só podiam me ver; hoje,temos áudio dos dois lados do vídeo. Isso está se tornando uma indústria enorme. Chamadas de vídeo e vídeos personalizados – tudo nesse negócio está se voltando para esse lado. Eu paro e volto com as chamadas de vídeo. Não faço isso sempre, só, por exemplo, quando estou economizando para comprar uma casa. Aí tenho que trabalhar mais, o que significa mais chamadas de vídeo, já que o site sozinho não gera mais tanto dinheiro quanto costumava.

Qual você considera seu cargo principal?
Ainda sou uma artista por causa das chamadas de vídeo e coisas assim. Também sou webmaster – isso é a coisa que mais passo tempo fazendo. No meu perfil do Twitter, eu me chamo de webmistress. Também trabalho como fotógrafa, faço vídeos. A Brazzers fez dez anos recentemente. Eles fizeram uma grande filmagem e me contrataram para fazer o vídeo dos bastidores. Foi engraçado. Eram as dez maiores estrelas do site, e eu continuo sendo alguém do negócio quando estou na frente das câmeras, mas não naquele dia. Foi estranho; às vezes,as pessoas ficavam confusas, tipo, “Ah, você também veio filmar hoje?”.Ou a maquiadora me via e dizia:“Achei que eram só essas garotas”. E eu dizia: “Não vou filmar hoje, não precisa fazer minha maquiagem” etc.

Para mais informações sobre o programa de rádio da Jelena Jensen, visite Vivid Radio.

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Tradução: Marina Schnoor