A Maior Cachorrada do Brasil

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A Maior Cachorrada do Brasil

São José dos Campos inaugurou o maior parque público para cachorros do Brasil.

Todas as fotos por Bruno Romano.

No último dia 25 de outubro, São José dos Campos (a 97 km de São Paulo) inaugurou o maior parque público para cachorros do Brasil. São 3.500 metros quadrados de área cercada, onde dogs de todos os tipos e tamanhos podem curtir a vida livre das coleiras. Passamos algumas vezes por lá para sentir como funciona o esquema do rolê canino.

O espaço fica dentro do Parque da Cidade, que, como o nome indica, é o maior parque do município. Para quem é marinheiro de primeira viagem, é preciso fazer um cadastro, apresentando a carteira de vacinação. Futuramente, o cadastro deverá se tornar uma carteirinha para ser apresentada na portaria. Segundo um funcionário do local, mais de mil animais já tem cadastro.

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Logo após a inauguração, os donos recebiam uma pulseirinha de camarote de balada indicando o número de animais que eles trouxeram. Uma pessoa com três dogs ganhava três pulseiras. "É para evitar que a pessoa entre com três e saia com dois", explicou um funcionário. Mas a prática já foi abolida, pois as pulseirinhas pararam de chegar. "Prefeitura, né?", disse outro funcionário. Diariamente, os funcionários fazem uma inspeção antes de o parque fechar (fica aberto das 8h às 20h) à procura de bichos abandonados. Ainda não houve casos.

Voltando para o rolê: uma vez lá dentro, os animais ficam sem coleira – e é quando a alegria começa. Muitas caras felizes, correria e brincadeiras entre os dogs. Apenas raças com histórico e fama de agressividade, como pit bulls e rottweilers, devem permanecer com coleiras. E o mais importante: independentemente da raça, se o seu cachorro fizer merda, você continua responsável por ele.

Os cães também têm à disposição alguns brinquedos e ferramentas de adestramento e treinamento. São seis tubos de concreto armado, duas rampas (a mais alta tem 1,70 m), duas traves (a mais alta com 1,30), dois conjuntos de obstáculos para circuito e três obstáculos de salto. Mas a real mesmo é que essas ferramentas encantam mais os donos do que os dogs. É muito comum encontrar pessoas se esgoelando para que os animais utilizem os aparelhos, enquanto eles apenas fazem cara de paisagem. Os bichos curtem muito mais correr, brincar entre eles e dar uma trepadinha (para desespero dos donos).

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Essa brincadeira resulta na baixa popularidade do espaço considerado banheiro: uma caixa de areia com um poste batizado de "pipi-dog" (deu vergonha escrever isso). Os dogs ficam tão malucos que quase não cagam. Não vi merda no chão nem dentro ou fora do espaço. Só um xixi ou outro. Mesmo assim, o dono é responsável por recolher e trazer os saquinhos. No primeiro final de semana, o parque deu os sacos como medida de incentivo.

Já os dois bebedouros são sempre disputados com tanta correria. Tem gente que leva o próprio pote de água. Outros fecham o ralo e esperam a pia encher de água, enquanto alguns servem água com as próprias mãos. O importante é a cachorrada se refrescar.

Ainda assim, nem todo dono de dog está satisfeito. Tem gente que reclama que o espaço deveria ter mais árvores (e mais sombra). E teve até usuário pedindo no livro de sugestões um laguinho para os bichos. A maior treta do local, porém, foi quando uma senhora foi proibida de entrar no recinto com um gato (!).

Segundo a prefeitura, o parque teve um custo de R$ 52 mil e foi construído utilizando materiais reciclados. Saca nas fotos a curtição do rolê canino.