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Como Fingir Sua Própria Morte

Eis algumas regras para você desaparecer para sempre.

É provável que muita gente já tenha fantasiado sobre encenar a própria morte com o intuito de escapar dos problemas (e/ou receber o seguro de vida), tipo o Palhaço Krusty dos Simpsons ou (spoiler) o Batman no terceiro filme do Christopher Nolan. Mas é complicado desaparecer para sempre. Veja, por exemplo, Raymond Roth, de Nova York, que foi nadar em Jones Beach e desapareceu – para ser encontrado cinco dias depois, quando o desempregado de 47 anos foi pego por dirigir acima da velocidade permitida. Ou como os pais de família de Taiwan, que fingiram a própria morte num acidente de carro para ficar com os $3,6 milhões do seguro, mas que foram descobertos no começo do ano. Ou, meu favorito, Leninguer Carballido, que “morreu” para evitar uma acusação de estupro em 2011, mas acabou descoberto depois de ser eleito prefeito de uma cidade no sul do México, em julho.

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Então, claro, existem algumas regras para fingir a própria morte. Não ser eleito prefeito de uma cidade mexicana seria uma delas. E as outras?

Adam Virzi, o gerente de operações da Lyonswood Investigations and Forensics Group, uma agência de detetives particulares australiana, está acostumado a rastrear pessoas desaparecidas e afirma que a maioria acaba estragando tudo. “Se quer realmente desaparecer, você tem que estar preparado para deixar sua antiga vida totalmente para trás”, ele disse. “As pessoas costumam cancelar seus cartões [de crédito], sua carteira de motorista e esvaziar a conta no banco. Para mim, isso é um sinal de alguém se escondendo, não de alguém morto.” Para Virzi, profissionalismo em fingir a morte significa ter uma nova identidade difícil de rastrear já pronta. “A mim, parece que os Estados Unidos têm a metade das leis de privacidade que temos aqui, então, é muito mais difícil desaparecer por lá. Na verdade, as pessoas mais difíceis de rastrear são os neozelandeses, porque eles podem vir para a Austrália e não votam, não pagam impostos e depois vão para casa. Então, realmente ajuda ser um kiwi.”

De acordo com David Ranson, professor de medicina forense na Monash University de Melbourne, outra coisa que pode ajudar é transformar a caçada numa investigação de homicídio, confundindo, assim, os policiais e outras pessoas que vão procurar por você. “Primeiro, você vai ter que sangrar, para ter o DNA e tipo sanguíneo certo; depois você tem que esfregar o sangue no chão para ter um padrão de arrasto até a porta. Você também pode espirar o sangue em volta para dar a ideia de ter sido espancado. Isso seria muito convincente, já que não é possível saber se o sangue foi retirado com antecedência.”

Vamos assumir que você voltou para a Nova Zelândia e se escondeu entre ovelhas e montanhas; agora você tem uma vida inteira para ficar longe de tudo que já conheceu um dia. Como Virzi disse: “Fingir a própria morte é só a primeira parte. O problema é o que vem depois.”

Foto cortesia de iStockphoto/Brasil2