O dia 5 de novembro de 2015 pra sempre ficará na lembrança dos brasileiros como o dia do maior desastre ambiental já registrado no país. Neste sábado (5), um ano depois do rompimento da barragem do Fundão, será inaugurada em São Paulo a exposição "De Regência a Mariana", que relembra a história das famílias que sofreram com a tragédia. Organizada pelo fotógrafo e documentarista Bruno Miranda a mostra em cartaz na DOC Galeria reúne trabalhos de fotógrafos que registraram os arredores de diferentes pontos atingidos da Bacia do rio Doce.
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Apesar do epicentro da tragédia estar localizado no distrito de Bento Rodrigues, o rastro de lama afetou muitas outras cidades tanto de Minas Gerais (como Resplendor e Governador Valadares) como no Espírito Santo (como Colatina, Regência e Baixo Guandu). Outros 33 municípios também foram afetados. E é esta outra face do ocorrido que "De Regência a Mariana" também pretende mostrar.Para Bruno, reduzir os efeitos do rompimento da barragem do fundão apenas ao município de Mariana é uma estratégia discursiva para diminuir os impactos da tragédia, a partir do não reconhecimento da dimensão de seus estragos. "E os outros 663 quilômetros de extensão do rio até desembocar no mar capixaba?", questionou. "São mais de 500 mil pessoas atingidas de forma direta que perderam uma guerra na qual nem sabiam que iriam lutar", afirmou o organizador em texto de apresentação da exposição.
Para compor a mostra, alguns escritores como Antonio Prata e Ana Laura Nahas ao lado do jornalista Juca Kfouri criaram histórias para ornar com uma série de fotos dos objetos que os moradores das cidades tiveram que abandonar no meio do caminho enquanto fugiam da lama. No time de fotógrafos que apresentam seus cliques nesta homenagem às vítimas da tragédia estão nomes como Aline Lata, Avener Prado, Helena Wolfenson, Gabriel Lordello, entre outros. "Decidimos trabalhar em coletivo, pois só assim mostraríamos a pluralidade do acontecido", pontuou Bruno.
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Abaixo, mais imagens que estarão expostas em De Regência a Mariana: