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Em Imagens: "Je suis Charlie"

Pessoas de todas as idades na Place de la République para homenagear os jornalistas do "Charlie Hebdo" e policiais mortos

São 17h, anoitece em Paris e pessoas de todas as idades chegam lenta e silenciosamente à Place de la République em Paris para homenagear os jornalistas do Charlie Hebdo, mortos, junto com dois policiais, após um ataque à redação do jornal e um tiroteio que se seguiu nas cercanias. Alguns escreviam frases em pedaços de papelão comprados na papelaria da esquina, outros chegavam mais preparados. Vimos algumas pessoas colarem no casaco a inscrição "Je suis Charlie" [Eu sou o Charlie], e outras ficarem simplesmente paradas, com uma vela na mão.

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Muitos carregavam cartazes com uma das famosas capas da revista onde vemos um muçulmano beijando na boca um jornalista da Charlie Hebdo. "O amor é mais forte que o ódio", estampava aquela edição do semanário, que saiu logo depois de ele ser atacado pela primeira vez em 2011.

Adrien, 23 anos, levantava um cartaz escrito: "Charb morreu livre". Ele explicou à VICE que escreveu essa mensagem porque ele [Charb] "sabia que estava sob ameaça e continuou fazendo o que achava justo. Eu provavelmente jamais farei um centésimo do que ele fez, mas o mínimo que posso fazer é vir aqui."

As pessoas se mobilizaram espontaneamente. Combinaram pelas redes sociais. A Praça da República foi tomada por uma multidão de luto. Pelo menos dez mil pessoas no momento em que escrevemos, segundo diversas fontes. O momento é de reflexão e apesar da multidão, as pessoas falavam baixo, consigo mesmas. Alguns tiraram uma caneta de seus bolsos e a ergueram. Canetas foram erguidas no ar. Um grupo explicou que eles viram outros fazendo e acharam uma boa ideia.

O silêncio é quebrado por um slogan. "Charlie", começa a entoar a multidão, como uma ideia que se espalha naturalmente. "Liberdade de expressão" se ouve também. A frase "Não estou com medo" ("Nós não temos medo") surge na praça sob aplausos, em neon e luzes de Natal.

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Tradução por Stan Molina