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Música

Fomos a um Show de Protesto Contra a Prisão do Pussy Riot

Aqui estão algumas das fotos do protesto em Washington – pelo menos eles ainda permitem isso nos EUA.

Pra quem não sabe, a banda punk feminista russa Pussy Riot está detida sem direito à fiança pelas autoridades em Moscou desde o começo de março. O crime? “Vandalismo motivado por ódio religioso”, que nesse caso, significa tocar uma música anti-Putin numa catedral de Moscou. As três mulheres (Maria Alekhina, Nadezhda Tolokonnikova e Ekaterina Samusevichis) podem pegar até sete anos de trabalhos forçados por essas acusações forjadas.

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O veredito deve ser anunciado oficialmente no dia 17 de agosto, mas, enquanto isso, protestos pela libertação da banda (que a VICE entrevistou um pouco antes das prisões) estão pipocando por toda parte, incluindo aí um comício e show de solidariedade que aconteceu na sexta, na frente da embaixada Russa em Glover Park, um vizinhança suburbana geralmente tranquila de Washington.

Algumas semanas atrás, um grupo de manifestantes entrou pelos portões da embaixada e mostrou a bunda para os guardas, mas dessa vez não rolou nenhum bundalelê. As bandas locais Sad Bones, Mobius Strip e War on Women usaram as famigeradas balaclavas coloridas, mas acabaram tocando para um público de menos de 100 pessoas, e o evento (que tinha permissão das autoridades para acontecer — um lance não muito punk) ficou parecendo mais uma entrevista coletiva à fantasia com churrasco para a comunidade.

Entediada com a falta de “hooliganismo”, conversei com Michelle Ringuette da Anistia Internacional. Ela me contou que eles esperam poder se encontrar com o embaixador russo na próxima semana “para se certificar de que eles reconhecem que pessoas do mundo inteiro estão se manifestando sobre a questão”. Michelle continuou: “a Rússia tem uma grande responsabilidade aqui. Estão prestes a permitir que ditadores usem táticas repressivas para silenciar a liberdade de expressão no mundo todo”.

Queria poder dizer que o encontro de Michelle com o embaixador e o protesto farão alguma diferença no destino das Pussy Riot. Alguns dias atrás, Ekaterina Samusevichis teve permissão para fazer uma declaração final no que foi, em todos os fins e propósitos, um julgamento ao estilo soviético. Fechada numa jaula de madeira e vidro, ela eviscerou o tribunal, o estado e a igreja: “Tenho vontade de chorar ao ver os métodos de inquisição medieval usados pelo sistema policial e judicial da Federação Russa, que é o nosso país. Desde a época em que fomos presas, no entanto, não podemos mais chorar. Esquecemos como se chora. Nos nossos shows punk costumávamos gritar o mais alto possível sobre as iniquidades das autoridades e agora nossa voz foi roubada”.

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Aqui estão algumas das fotos do protesto em Washington — pelo menos eles ainda permitem isso nos EUA.