Mudei-me da Grécia para Londres em maio de 2014 ansiosa por histórias da capital da Europa. Na minha cabeça, Londres era uma metrópole – um centro financeiro e um local de nascimento de arte e moda. Logo, percebi que a cidade também era mais peculiar do que eu imaginava.Eu estava andando por Camden Town, numa manhã ensolarada de domingo, quando vi as casas-barcos paradas ao longo do rio. Nas semanas seguintes, fiquei imaginando como era morar num desses barcos, mas também pensei por que diabos alguém escolhe fazer isso.
Publicidade
Comecei a pesquisar o assunto logo antes do Natal. Seguir os barcos era fácil; falar com os barqueiros, nem tanto. Eles não têm um endereço permanente ou wifi; então, é difícil entrar em contato com esses caras.
Depois de investigar por aí, encontrei Yann, um jovem músico que também trabalha na indústria do entretenimento. Saímos para tomar uns drinques, conversar sobre as dificuldades de se viver em Londres e nossos planos para o futuro. Conhecer o Yann me deixou ainda mais curiosa sobre a vida nos barcos. Algumas semanas depois, ele me convidou para sua casa-barco para tomar chá e fazer umas fotos. Eu estava dentro. Nos dias seguintes, fui apresentada a outros barqueiros, que ficaram felizes em se deixar fotografar para o meu projeto.Cada um deles tem uma história única. Meus temas favoritos foram Andy e Emily, um casal jovem que se conheceu quando Emily estudava em Manchester. Quando ela decidiu se mudar para Londres – onde os aluguéis estão decolando –, Emily decidiu alugar um barco, já que isso saía mais barato que um apartamento. O que acabou sendo mais emocionante também. Para o casal, viver num barco é um estilo de vida, não um último recurso.
De modo similar, Marie-Ann e seu marido, durante uma noite de bebedeira, decidiram, aleatoriamente, sair do apartamento onde moravam há 15 anos. Eles compraram o barco deles no eBay.London's Water Hippies provavelmente é um projeto em andamento. No entanto, não tenho ideia de onde vou estar nos próximos dois meses. Entre 21 e 24 de março, meu trabalho será exibido na NEC, em Birmingham, como parte da exposição 30 Under 30, da Magnum Photos, que apresenta fotógrafos documentais emergentes do mundo todo. Além disso, infelizmente, meu futuro como fotógrafa não está certo – quem sabe quando a próxima oportunidade vai surgir?
Publicidade
Veja mais do trabalho da Anna aqui.Tradução: Marina Schnoor
