Trabalho de umbanda com velas de cor escura, correntes e caveiras.
Foto: Guilherme Santana/VICE

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​Fotos do Museu de Parapsicologia do Instituto Padre Quevedo

O Museu de Culto Afro-brasileiro, Religiosidade Popular, Adivinhação e Fenômenos Parapsicológicos é um resultado de anos de pesquisas de campo dos profissionais desvendando mistérios aparentemente inexplicáveis.

Parecia filme de terror. Prateleiras cheias de despachos, velas de diversas cores, parafinas moldadas em formato de órgãos humanos, caveiras, boneca com alfinetes espetados, imagens de exus e um solitário sapo mergulhado em um pote de formol com a boca meticulosamente costurada. Tudo isso em uma salinha localizada no subsolo da casa que abriga o Instituto Padre Quevedo de Parapsicologia (IPQ).

O instituto segue os ensinamentos católicos e foi comprado dos jesuítas para dar continuidade aos trabalhos do polêmico padre Quevedo, aposentado desde 2012. Embora muitos de nós só conheçamos o padre graças às suas participações em programas da televisão aberta ou à treta que ele teve com o INRI Cristo durante o debate no Ratinho, Quevedo é um grande estudioso de parapsicologia e autor de 17 livros abordando temas como demonologia, curandeirismo e espíritos.

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Praticamente todos os milhares de objetos no local são pertencentes às religiões afro-brasileiras como a umbanda e o candomblé. Uma das poucas referências católicas é uma prateleira reservada para estátuas de santos ou da própria Virgem Maria. A superstição é que essas imagens não podem ser jogadas fora, especialmente se forem danificadas.

Além do museu, o instituto também pretende montar um canto homenageando Quevedo e também abrir uma seção sobre mágica e ilusionismo.

Parapsicóloga e coordenadora do IPQ , Márcia Corbêro conta que os objetos foram coletados nos últimos 15 anos durante as pesquisas de campo dos parapsicólogos. Muitas vezes, os próprios circulavam pelas cidades onde ministravam palestras sobre o tema buscando a próxima oferenda ou o feitiço deixados em alguma encruzilhada.

Alguns artefatos também foram retirados de casas mal-assombradas para onde os estudiosos eram chamados a fim de analisar os eventos paranormais. Porém nada abala os parapsicólogos do instituto, que já estão acostumados a desmascarar farsas ou explicar o que parece inexplicável.

Na minha primeira visita, o museu estava na fase de arranjos finais e a encarregada por toda a organização, Tamara Bueno, estava tirando pó de cada objeto junto com uma moça que se apresentou como diarista. Tamara tocava nos objetos com naturalidade e os mostrava divertidamente para mim.

"Olha isso aqui", ela põe em meu alcance uma caixinha repleta de bonecas com as mãos atadas e alfinetes perfurando seus corpos. Antes de comentar sobre a caixa, um alfinete espetou o dedo dela, que não pareceu se abalar com isso. Só me restou olhar nervosamente para a faxineira, que não parecia muito feliz com a situação toda de limpar objetos usados em oferendas.

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Foto: Guilherme Santana

Corbêro nos acompanhou durante a segunda visita ao instituto quando o museu finalmente foi finalizado. "Nós colocamos os vidros nas prateleiras para receber visitas guiadas de escolas", explicou, orgulhosa. "É interessante mostrar como são as superstições brasileiras. " O IPQ não reconhece que o sincretismo seja uma religião.

Se você quiser saber mais sobre a história do Instituto Padre Quevedo, não deixe de ler a reportagem do MOTHERBOARD.

Veja mais fotos do Guilherme Santana aqui.

Foto: Guilherme Santana

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