Fotos que Capturam a Beleza da Austrália Suburbana

FYI.

This story is over 5 years old.

Fotos

Fotos que Capturam a Beleza da Austrália Suburbana

Calçadas largas, lixeiras de rodinha e centros comunitários de Belconnen que pararam nos anos 80.

Todas as imagens por Lee Grant.

O bairro suburbano de Belconnen, através dos olhos da fotógrafa Lee Grant, vai parecer familiar para qualquer um que cresceu no subúrbio de qualquer cidade do Primeiro Mundo. O distrito de Camberra é a epítome do subúrbio australiano: calçadas largas, lixeiras de rodinha e centros comunitários que pararam nos anos 80. Para celebrar a beleza do comum, Lee documentou a comunidade durante um período de sete anos. Conversamos com ela sobre seu livro de fotos.

Publicidade

VICE: Qual sua ligação com Belconnen?
Lee Grant: Morei aqui entre oito e 18 anos; depois, saí de Camberra para morar em Sydney e outros países. Voltei quando tinha 28 e acabei morando na casa da minha infância por um tempo. Acabei de comprar uma casa aqui algum tempo atrás.

O que te fez querer voltar suas lentes para o bairro da sua infância?
Eu estava fazendo mestrado em artes plásticas e fotografando todo tipo de coisa que me interessava, mas não estava chegando a uma tese coerente. Um dia, passei por uma pichação que dizia "Orgulho Belco" (veja "Belconnen") e tive o momento lâmpada acendendo para minha tese. Comecei a fotografar com a ideia de que essa era minha maneira de tentar encontrar meu caminho de volta, como adulta, para um ambiente familiar porém exótico.

Fale mais sobre o espírito de Belco.
Nunca notei isso até começar a fotografar a série. A maioria das pessoas que encontrei ama o lugar onde vivem, porque é ali que seus amigos e família estão. É uma área muito comunitária.

Há uma guerra amistosa sobre o código postal entre os subúrbios do norte e do sul de Camberra. É até engraçado. Só fico assistindo de longe. Mas a questão parece ser muito importante para as pessoas que se identificam como sendo dessa parte de Camberra, o que acho fascinante dada a cultura globalizada do mundo no momento.

Quem são as pessoas nas imagens?
São várias pessoas que encontrei durante esses anos. Algumas eu conheço – outras são completas estranhas. Há um retrato de uma mulher chamada Cynthia, que conheço desde a infância – ela era minha vizinha e cresci com os filhos dela. Você está sempre encontrando pessoas interessantes na vida, e a fotografia é um meio de conhecer melhor alguém. Acho que igualo minhas fotografias à minha própria busca por um lugar onde pertencer.

Publicidade

Como a área mudou?
Quando eu era criança, essa era uma área principalmente anglo-saxônica e de classe trabalhadora. Agora, isso é mais classe média e multicultural. Há muitos grupos étnicos diferentes na área comparado a quando eu era criança. Na época, alguns subúrbios do norte de Belco tinham a reputação de ser meio barra-pesada, mas hoje em dia são bem calmos. É engraçado: quanto mais as coisas mudam, mais elas continuam iguais.

Lee Grant é representada pelo Institute for Artist Management.

Entrevista por Emma Do. Siga-a no Twitter.

Tradução: Marina Schnoor