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Fui num Rodeio Gay e Agora Quero Pegar Cowboys

Colei no Calgary Stampede, no Canadá, e percebi que os cowboys são sexuais pra caralho.

Foto por Josh Sandulak.

O rodeio Calgary Stampede, no Canadá, nunca me interessou muito. Nunca consegui acordar cedo o suficiente para ganhar panquecas grátis de café da manhã, nunca fui muito fã de parques de diversão — tenho medo da maioria dos brinquedos — e não curto muita muvuca. Em geral, tento apenas curtir passivamente a música country que sai de todos os estabelecimentos comerciais do centro da cidade e me maravilhar com o espetáculo incrível de uma metrópole que coloca fardos de feno para enfeitar a entrada de seus arranha-céus.

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Depois da inundação recente em Calgary, foi emocionante ver como os cidadãos se uniram para salvar o Stampede: o local do evento estava essencialmente debaixo d'água há menos de um mês, mas os organizadores limparam tudo em poucas semanas para realizar o maior evento cultural da cidade. Fiquei imaginando se este finalmente seria o ano em que eu começaria a me importar com essa história. Arranjei um trampo num bar temático do velho oeste por dez dias para fazer uma grana extra, servindo shots de tequila em festas de firma enquanto bandas country tocavam ao fundo.

Acabei entrando mesmo no espírito do Stampede, mas não por ouvir 200 covers de “Folsom Prison Blues”. Finalmente entrei no clima quando fui a um rodeio gay e percebi como os cowboys são sexuais pra caralho. Porra.

Cerca de 40 minutos a leste de Calgary, em Strathmore, o Alberta Rockies Gay Rodeo Association realiza seu rodeio e festival de música anual durante a última semana de junho. É um negócio legítimo. Homens e mulheres da área rural de todo o Centro-Oeste vêm até aqui para competir em eventos tradicionais de rodeio, como pega do garrote e corrida com tambores. Conversando com participantes e frequentadores, tive minha primeira exposição real à masculinidade robusta do verdadeiro cowboy de Alberta. E depois de um dia papeando com alguns dos gays mais sexualmente assertivos que já conheci, o sex appeal do cowboy se tornou tão óbvio quanto levar uma ferradura na cabeça.

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Para quem ainda não sabe, cowboys exemplificam um esteriótipo sexual convencional de forma inegável, esperando para ser objetificado por homens e mulheres. Grandes e de ombros largos, às vezes pendendo para um dos lados, a maioria dos participantes de rodeio usam calças jeans justas, camisas de colarinho e botas empoeiradas. Assistindo aos eventos do rodeio, é impressionante observar a graça e a velocidade com que os cowboys se movem no lombo dos cavalos.

Foto por Josh Sandulak.

Acho que existem muitas razões pelas quais o cowboy repercute como um símbolo sexual há tanto tempo. Provavelmente, porque ele retoma a velha escola de atração do “homem capaz”. Vamos encarar a verdade, a maioria das pessoas (como eu) mal conseguem configurar a internet; cavalgar num alazão então, nem se fala. Entendo o apelo para a Geração Y, especialmente pelo valor cada vez maior que se dá ao autêntico, ao analógico e ao orgânico para tentar captar qualquer qualidade tangível no nosso estilo de vida em geral tão sintético, cerebral e altamente metropolitano. É a mesma razão pela qual as pessoas gastam 20 paus num pote de “armazém” de butique. Todo mundo meio que quer ser um cowboy, a manifestação física dessa busca por autenticidade, o sal da terra que por acaso vem numa embalagem bonita, alta e bronzeada.

Há também um romantismo no cowboy. O mito comum dos filmes de faroeste afirma que o protagonista sempre faz a coisa certa, em geral, com grande sacrifício. Se você já assistiu Matar ou Morrer, Os Brutos Também Amam ou Pat Garrett & Billy the Kid, você sabe que o cowboy pode ser tanto um solitário imprudente e arrogante como um herói corajoso e estoico.

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Gary Cooper: um sonhador incansável.

Talvez seja esse ethos cultivado há tanto tempo que explica por que as pessoas gostam de se vestir nesse papel – e por que me vi de repente amando tanto isso. De 5 a 14 de julho, todo mundo em Calgary anda por aí de wranglers e camisa abotoada até em cima como um Jason Stackhouse. Do nada, eu estava atraída por contadores e engenheiros que nos dias normais usam ternos e sapatos pontudos horríveis. Antes, a banalidade estética deles teria acionado um sinal vermelho ema minha cabeça: essa pessoa é possivelmente chata, vota nos conservadores ou prefere os outros discos do Metallica ao Black Album. No entanto, por uma linda semana, enganei minha mente para pensar que estava cercada por Gary Coopers.

Meu Jesus Cristo amante de cowboys, há algo atraente demais no arquétipo do cowboy. E só precisei de um monte de homens gays para me dar conta disso. Passei tantos anos evitando o lado espetáculo do Stampede que desconsiderei todo o aspecto de homens rolando na poeira e cavalgando lindos cavalos.

Eu estava vacilando.

@GraceLIsaScott

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