Ontem, o Marcello Reis, do Revoltados ON LINE, também foi expulso da manifestação pró-impeachment

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Ontem, o Marcello Reis, do Revoltados ON LINE, também foi expulso da manifestação pró-impeachment

Ao som de "petista" e "fascista", um dos protagonistas das marchas anti-Dilma teve de sair do protesto escoltado pela Polícia Militar.

Marcello Reis. Foto: Rodrigo Zaim/ R.U.A Foto Coletivo

Na noite da última quinta-feira (17), Marcello Reis, líder do grupo direitista Revoltados ON LINE, foi hostilizado da manifestação que ocupou a Avenida Paulista por 39 horas e foi dispersada com jatos d'água e bombas de gás lacrimogêneo nesta manhã. Reis, conhecido por criticar ferrenhamente o PT (Partido dos Trabalhadores), tentava negociar com os manifestantes que a Paulista fosse desocupada para o ato que acontecerá na tarde de hoje (18), convocado pela esquerda para defender a democracia e a permanência de Dilma Rousseff (PT) no governo. "Eles estão na lei", disse para os entusiastas do verde e amarelo, que o xingavam de petista e fascista.

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Foto: Rodrigo Zaim/ R.U.A Foto Coletivo

Durante o ato do dia 13, o senador Aécio Neves e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (ambos do PSDB), também foram hostilizados e chamados de "oportunistas" por parte dos manifestantes.

Aécio e Alckmin na manifestação do dia 13 de março. Foto: Jardiel Carvalho/ R.U.A Foto Coletivo

Na tarde da última quinta, o secretário de segurança pública, Alexandre de Moraes, que também hostilizado pela manifestação, recebeu representantes da CUT, da Une e de outros movimentos, juntamente com o presidente estadual do PT, Emídio de Souza, e do deputado estadual José Zico Prado (PT). A SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que "o efetivo policial será o mesmo da manifestação do dia 13, ainda que, segundo os organizadores, estejam sendo esperadas entre 100 e 200 mil pessoas".

Alexandre de Moraes sendo escoltado por seguranças enquanto deixava o protesto do dia 17 de março. Foto: Felipe Larozza/ VICE

No ano passado, Marcello Reis foi um dos principais líderes das marchas que pediam o impeachment da presidente. Sempre a frente do carro de som, gritando palavras de ordem e sendo ovacionado pelos presentes. Desta vez, o cenário mudou. Depois de defender que a manifestação da esquerda deveria acontecer porque estava "legalizada", Reis passou a ser xingado pelos manifestantes. Latas de cerveja foram arremessadas em sua direção, ainda que ele estivesse com um segurança.

Foto: Jardiel Carvalho/ R.U.A Foto Coletivo

Reis, então, correu para a base da Polícia Militar em frente ao Parque Trianon. Ali, ele ficou escudado por um cordão policial. Gotas de suor escorriam por seu rosto enquanto manifestantes revoltados (com o perdão do trocadilho) continuavam proferindo ofensas e o chamando de petista. Um homem dizia que ele estava "fodido" e não conseguiria "sair dali". Um capitão da polícia teria interceptado o bate-boca entre os dois e dito que era muito feio terminar uma "festa" daquelas daquele jeito, com "baderna". Reis foi escoltado pela polícia até seu carro, ainda seguido por manifestantes, e foi embora.

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Foto: Jardiel Carvalho/ R.U.A Foto Coletivo

Nesta manhã, porém, ele fez uma publicação criticando o PT no Facebook do Revoltados ON LINE. "Devemos combater esse absurdo descendo porrada nesses picaretas para aprender a respeitar o erário público…", escreveu.

Foto: Rodrigo Zaim/R.U.A Foto Coletivo

Outro caso de violência ocorreu também na última quinta-feira na Paulista. Um jovem de 17 anos que gritou "não vai ter golpe" apanhou de manifestantes na frente da Polícia Militar, que levou tempo para se mobilizar e protegê-lo de um possível linchamento. "Eu tenho direito de expressar minha opinião", disse o adolescente.

Foto: Rodrigo Zaim/ R.U.A Foto Coletivo

Outras agressões já foram reportadas pela VICE, como um casal que passava pela Avenida Paulista depois do trabalho e foi agredido por diversas pessoas. O caso terminou no 78º DP, nos Jardins. Um homem que vestia roupa vermelha também foi agredido, assim como um manifestante que tentou apartar uma briga.

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