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Sexo

O Flip Manja das Putarias

Pelo menos é o que a exposição dele, Hentai, faz parecer. Aparece lá no MuBE até domingo (4) e cheque por si próprio.

Pelo menos é o que a exposição dele, Hentai, faz parecer. Cheia de referências orientais + grafite + punheta, a mostra tá tomada por rolas e xanas e interações hormonudas -- fora caligrafias sacanas, há esculturas mais do que bem dotadas e um buraco de fechadura pra qualquer voyeur se atiçar. Tudo tara da cabeça do Felipe Yung, 33, pervertido de profissão e artista plástico por formação. Tendo ou não chance de transar nesse fim de semana, aparece lá no MuBE até domingo (4) e cheque por si próprio. Vai ser só vantagem, sem dúvida, e aposto que você vai querer sair de lá na sanha do rodízio de hot rollas e temaki de bacurinha completo. Foi assim que fiquei depois do passeio preliminar à conversa com ele, digamos assim.

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VICE: Por que você gosta de putaria oriental?
Flip: Porque são as cenas mais bizarras possíveis que você consegue imaginar. De monstro a menina vestida de colegial interagindo com um polvo… E isso não vem de agora, já é milenar. Só foi se adaptando e evoluindo até chegar na forma que é hoje.

Então você é um puta tarado, é isso?
Completamente. [Risos]

Do tipo ir até o XVideos e buscar pelas orientais.
O XVideos eu acho que é o mais fraco, na real. Eu devo ter uns quatro ou cinco sites favoritos que eu consulto mesmo… Como base de pesquisa, não só pra bater punheta…

Não só.
Não só, [Risos] mas também pra consulta. É uma fonte muito rica, porque você consegue buscar por categorias. Enfim, hoje em dia o negócio tá bem organizado. Mas eu não busco só no oriental não. Eu tenho influência da arte erótica também -- me influencio desde gravuras até caligrafia e comida. A cultura oriental me influencia muito, mas nesses sites eu pesquiso muito de dar print screen. De posições, de ideias… De coisas bizarras eu tenho outras fontes. Eu acho que no mais antigo era mais bizarro que hoje.

Das tags, quais suas favoritas?
De pesquisa ou de satisfação pessoal?

Se quiser falar dos dois…
Cara, eu tenho pesquisado bastante bundas molhadas. Bundas molhadas eu acho que é pesquisa e satisfação pessoal. É unânime. Bundas molhadas.

Mas você tem alguma descendência oriental? De onde vem essa nóia pela cultura deles?
Esses dias minha mãe disse que eu gosto de coisa japonesa, coisa oriental, desde pequeno. Desde pequeno já pirava nas mestiças ou meninas japonesas, minha mãe disse. Mas não sei de onde vem. É meio estranho, assim, porque nunca fui pro Japão, não tenho descendência japonesa… Apesar de ter uma briga na minha família que diz que a gente tem uma descendência chinesa. Mas o meu tio diz que não, então não sei se acredito na minha mãe ou no meu tio.

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Lembra de quando foi a primeira vez que desenhou alguma coisa de putaria?
Tem um desenho meu que meu tio me mandou esses dias, que acho que é de 82 ou 83. Eu tinha cinco anos. Já tinha um personagem com o pinto de fora e uma bunda cagando. Sei lá, desde pequeno… Não putaria explícita, mas que já tivesse uma conotação bizarra… Cara, eu desenho há muito tempo coisa de putaria. Nem sei.

1983 pra 2009: de criança perturbada em Paris a adulto pervertido ao lado de Ron Jeremy em LA. Essas não estão na exposição -- são do fotolog dele.

Na escola e tal, teve algum problema por ter mandado um desses pra alguma menininha?
Não…[Risos] Esse tipo de abordagem mais agressiva não rolava. Mas já fiz muito… Cara, tinha os desenhos clássicos, de desenhar um pinto e colocar nas costas… Esse tipo de sacanagem sempre rolou.

E daí pro Hentai, como foi?
Foram dois passos. Primeiro fiz uma exposição em Londres que chamava Shunga Pop. Shunga são as gravuras japonesas com conotação erótica. Foi aí que eu comecei a entrar mais a fundo nessa temática oriental e sexual ao mesmo tempo. Inspirado nisso eu criei essa exposição em Londres. A convite do MuBE -- eles viram essa exposição -- eles falaram que eu tinha que trazer isso pro Brasil. Demorou mais um ano pra eu criar mais coisas, fazer esculturas também -- com o tema sexual… Fazer mais trabalhos, enfim. Como na linha do tempo da evolução da arte erótica japonesa o Hentai vem depois do Shunga, e como tem algumas obras daquela exposição aqui, eu decidi fazer com o nome da continuação. É a mesma coisa, só que com mais pimenta.

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Mais wasabi.
É! [Risos] Bota mais wasabi e… E chora.

Quando você desenha bucetas, rolas, transas, você fica de pau duro?
[Risos] Vou te falar que na pesquisa em si muitos desenhos eu fiz de pau duro. Mas aí tem uma coisa que é foda, que você fica muito tempo pesquisando, pensando no mesmo assunto. E acaba ficando no automático. Se você para e foca pra pensar excita e é legal, sim. Mas quando você entra numa linha de produção como é uma exposição de arte, que tem prazo e tudo mais, você acaba ficando meia bomba. Você fica meia bomba. E aí quando tá na parede você fica de pau duro de novo.

Qual você acha que vale mais punhetinha?
Acho que os volumes de mina, assim, de bunda… Tem uns desenhos que são inéditos, que poucas pessoas viram, que são mais realistas assim que são legais. Com sombreado. São os desenhos de observação que eu fiz, de filme, revista… Enfim.

Mas a exposição tá bem hétero. Ou não?
Cara, acho que não é nem hétero nem gay. Porque tem muita coisa que é bizarra. Você pode falar que tem zoofilia, se for pensar, porque tem um gato, o cara comendo o gato. Um polvo chupando a buceta de uma mulher… O nome mesmo, Hentai, já quer dizer perversão. Bizarrice. Então não segue muito uma linha sexual nem nada. Vai pelo lado da perversão. Tem um monte de amigos meus gays que vieram aqui e ficaram pirando nos paus. Amigas lésbicas ficaram pirando nas bucetinhas. Eu, como sou hétero, tenho uma preferência de pau na buceta, entendeu? Então é o que você vai ver mais.

Qual o seu sonho de consumo carnal fantasia?
Vou te falar que ficar internado num dojo com várias gueixas seria interessante. Um dojo, eu e mais… Ah, número eu não sei. Acima de dois, né? Pra dar uma tensão especial.

E sobre as esculturas: é molde de alguém ou o quê?
Não, é um molde… Eu fui na sex shop, né? Foi mó constrangedor. O cara que atendia era de uma, como eu posso dizer, opção sexual diferente da minha. Só que muito afetado. Aí eu falei: "Eu preciso de um pau grosso". Ele: "Ãhn, sei…". Aí eu comprei, mas falei que precisava de um que ficasse mais curvado. Ele: "Ãhã…". Tipo, o cara tá imaginando eu enfiando o pau no rabo. Mas beleza: comprei, fiz o molde, deu certo e tal. Só que eu tinha mais um personagem, né, e precisava de um pau de outro tamanho, de outro esquema -- o pra baixo e pra cima. Aí voltei lá, né? Expliquei pro cara que precisava tirar um molde e tal. O cara: "Ãhã…" [Risos] Foi foda. O cara: "Voltou, né?" Deve ter pensado que eu já tinha usado, arrebentado o cu com o bagulho… Falei que eu precisava de outro, com outro formato, maior… E ele: "Sei…" Aí eu tentei me explicar, argumentar. 'Não, deu certo o molde, era isso que eu precisava mesmo, não preciso comprar um com vibrador (que era mais caro), nem um maciço…". Ele: "Ãhã…". O cara só imaginando… [Risos] E aí tem a buceta também. Só que as bucetas artificiais feitas no Brasil são muito mal feitas, né? A qualidade do molde é muito tosca. Essa aí é gringa. Comprei na comodidade do lar. [Risos] Escolhi o formato pela internet, o formato que eu achava mais interessante. E comprei. Aí chegou em casa, numa embalagem DISCRETA. E aí eu fiz o molde.

E o que é mais legal de desenhar, jebas ou xerecas?
Os dois é louco. Os dois é legal. Buceta é mais difícil porque é um formato mais complexo. Pau é um negócio contínuo, com uma cabeça e um buraco e cabou. A buceta tem os lábios, o clítoris, o volume… Sei lá.