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Tecnologia

O Japão tá Construindo um Exército de Androides Simpáticos Demais para as Olimpíadas de 2020, em Tóquio

Olimpíadas de Tóquio, em 2020, serão ancoradas no conceito de omotenashi.

Ilustração por Ole Tillman.

Neste ano, o Japão revelou planos para um sistema digital de apoio aos turistas. Começando em 2016, o programa vai permitir que estrangeiros postem informações pessoais em aplicativos de celular ou terminais de computador nos aeroportos, que então vão compartilhar os dados com hotéis, restaurantes e outras instituições autorizadas. As autoridades esperam que os turistas procurem esses negócios, passando cartões especiais em terminais digitais para compartilhar fatos sobre suas restrições de dieta, habilidades linguísticas, inclinações religiosas e muito mais.

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A partir disso, sem que os turistas precisem sequer falar, essas instituições vão poder escolher refeições especiais para muçulmanos ou imprimir cópias em inglês de material de informação para os hóspedes – um nível de atenção que soa hipereficiente e bizarramente profético. O governo quer que o sistema operacional esteja funcionando nacionalmente até 2019, um ano antes das Olimpíadas de Tóquio, em 2020, que serão ancoradas no conceito de omotenashi.

Omotenashi é a tradição japonesa de antecipar as necessidades dos hóspedes e superar suas expectativas. Em setembro de 2013, um representante do país fez disso a pedra angular de um discurso, o que muitos acreditam ter assegurado os Jogos Olímpicos para o Japão, que deixou a nação obcecada por omotenashi e pelas ferramentas de impulso do turismo desde então.

Como parte da campanha, o Japão também criou uma corporação de guias voluntários e começou a distribuir selos omotenashi para negócios turísticos. Mas o país também lançou projetos mais avançados, como uma base de dados dos turistas e robôs omotenashi. Esses últimos incluem bonecos que ouvem os pedidos dos turistas ao serem abraçados e devolvem informações vindas de uma base de dados em nuvem.

Ted Bestor, professor de cultura japonesa moderna de Harvard, acredita que a população obcecada por automação do Japão vai abraçar esses sistemas. No entanto, o público internacional tem se mostrado um tanto cético com essa hospitalidade desumanizada.

"Alguns duvidam que essas coisas vão realmente funcionar", Bestor disse à VICE. "'Acho que será algo como: 'Uau, o barman robô fez o martíni do jeito que eu gosto' versus 'Não consegui fazer a coisa de tradução do táxi entender que eu queria ir a Akihabara, não a Sekigahara'."

O Japão provavelmente vai receber bem esse referendo tecnológico. A população cada vez menor do país confia na automação para manter seu status global. Só que, para planejar esse futuro tecnológico, eles precisam saber se as máquinas podem fornecer seu serviço (além de sua marca registrada) e se os estrangeiros vão aceitar isso. Para descobrir, os japoneses vão jogar os dados e provavelmente nos chocar um pouco em 2020.

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Tradução: Marina Schnoor