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Isso tudo mudou algumas semanas atrás quando ele lançou "Real Friends", uma balada melancólica juntamente dom Ty Dolla $ign, seguido de "No More Parties in LA", uma faixa de seis minutos na qual Kanye e Kendrick Lamar rimam sem parar em cima de uma batida do Madlib, um especialista em batidas boom-bap chapadas. As duas faixas carregam uma urgência confessional subjacente, algo que faltava nas músicas mais recentes de West (muitas das letras de Yeezus eram pedaços de músicas do Kanye de mais de uma década e que não tinham sido lançadas). Seus dois últimos lançamentos, entretanto, parecem "modernos e além do tempo", da mesma forma como Nile Rodgers descreveu o som de Bowie em Let's Dance.Então, o West está basicamente entrincheirado no estúdio há duas semanas ou mais, evidentemente tirando músicas das oito horas de batidas enviadas pelo Madlib. Ele contou com Swizz Beatz no estúdio também, além de Travis $cott e The-Dream, que também compartilham o dom de Kanye na criação do pop puro. Se, como Kanye sugeriu, seu disco novo usar as batidas de Madlib, o resultado seria algo próximo ao Let's Dance. Não como um refúgio na segurança da comercialidade por si, mas uma tentativa de fundir estilos de um jeito que convida o ouvinte à festa, em vez de deixá-lo de fora como o Yeezus fez.Talvez, como forma de desabafar no meio dessa pressão intensa e autoimposta (parece que Kanye começou a trabalhar pra valer no álbum somente um mês antes da data de lançamento, 11 de fevereiro), West tem twitado com uma frequência que não víamos desde o lançamento deMy Beautiful Twisted Fantasy.
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Logo em seguida, West deletou os tuítes, dizendo que é "tudo a respeito de energia positiva" e que ele agora entende que Khalifa estava se referindo à maconha e não à Kim quando usou o termo "KK". O caso todo, que causou uma tempestade de merda suficiente a ponto de gerar este artigo, durou uma tarde toda, o que parece uma quantidade de tempo suficiente para pensar sobre duas pessoas famosas tretando no Twitter.Kanye West é uma das raras figuras públicas que compreende totalmente o impacto de cada movimento seu. Não dizendo que ele seja um ególatra, ou um tipo de provocador cultural autorreflexivo – apesar de que há certos elementos de ambos os arquétipos culturais em sua persona. Quero dizer que ele sabe que as pessoas prestam atenção em tudo o que ele diz, e que analisam tudo minuciosamente até o fim, tentando encaixar tudo em uma linha temporal do seu comportamento ao longo da história.Quando entrevistado, logo após o lançamento de Let's Dance, Bowie disse a um repórter da Time que "é difícil fazer as pessoas acreditarem que você não precisa ser uma criatura da noite drogada, vampiresca e de dentes pontudos para dizer uma coisa importante". E parece que West está enfrentado o mesmo dilema: como, depois de convencer o mundo de que não sou igual às outras pessoas, ainda poderei exercer a mesma influencia sem que as pessoas me tratem como se eu fosse uma criatura de outro planeta?É como se, depois de se lançar ao espaço com My Beautiful Dark Twisted Fantasy e ameaçado queimar o mundo com Yeezus, ele tenah dado a volta em torno do sol e agora esteja tentando aterrissar de voltar no planeta Terra. Ele está se trancado no estúdio, compondo rimas sobre seu primo roubar o seu laptop e deixando a bunda de fora nas mídias sociais por não conhecer uma gíria jovem para maconha. É parte de sua aterrissagem pública, um retorno à normalidade por parte de um cara que fez sua cama não sendo nada normal. .Siga o Drew no Twitter.Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.