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O Panelaço Deixou um Climão pros Protestos de 13 e 15 de Março

Direita e esquerda prometem subir nas tamancas e aumentar o tom de voz na sexta e no domingo.

Foto por Aline Amaral.

Duas grandes manifestações próximas podem esquentar a política no Brasil esta semana e, dependendo da empolgação dos envolvidos, o bicho pode pegar pra democracia. No dia 13, marcha a esquerda. No dia 15, grupos de direita. O embate ganhou um clima meio sinistro depois do panelaço que se seguiu ao pronunciamento da presidente Dilma Rousseff no Dia da Mulher, com ambos os lados prometendo redobrar a força e o engajamento nas ruas.

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O que se viu ontem nas sacadas de edifícios de várias cidades do país foi de arrepiar. Para além das vaias e do panelaço, manifestantes baixaram o nível e xingaram a presidente de vaca, puta e o escambau. A subida no termômetro aconteceu pouco mais de uma semana depois de militantes de direita e esquerda se esbofetearem no meio da rua no Rio de Janeiro, na frente do prédio da Petrobrás.

A marcha da esquerda, de sexta-feira, é convocada pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), pela UNE (União Nacional dos Estudantes), o MST (Movimento Sem Terra), a FUP (Federação Única dos Petroleiros) e outros setores da sociedade civil. Batizada "Ato Nacional em Defesa da Petrobrás, dos Direitos e da Reforma Política", deve percorrer pontos centrais das principais cidades do Brasil, de acordo com a convocatória. Historicamente, protestos de esquerda congregam mais quórum.

Já a marcha da direita no domingo foi convocada por grupos como o Vem pra Rua, o Legalistas e o Movimento Brasil Livre. A pauta vai desde o simples rechaço à corrupção até o golpe militar, passando pelo impeachment e renúncia da presidente da República e vários outros matizes de reivindicação contra o governo, dependendo do grupo que vocalize as razões do ato.

Na internet, hoje, o Movimento Brasil Livre acusava o PSDB, de oposição, de ser muito moderado. Os militantes acham que há espaço para radicalizar contra o governo. "A hora é agora: impeachment já!", dizia o post. Embora a mensagem encontre eco em alguns tucanos, também encontra relativa resistência em outros. Entre os mais enérgicos contra o PT está Aloysio Nunes, que foi candidato à vice-presidente na chapa de Aécio Neves em 2014. "A condição para tirar o Brasil da crise é tirar o PT do poder", cravou. O Vem pra Rua divulgou uma lista completa das cidades do Brasil em que o protesto da direita deve ocorrer.

Do lado da esquerda, a convocatória mais forte tem vindo das entidades sindicais e do próprio Partido dos Trabalhadores, cujo Diretório Nacional disse à VICE que está "animando a militância a participar, de maneira mais informal do que organizada". Movimentos e personalidades menos estruturados que a CUT tem, até agora, relutado em rifar apoio ao governo no meio da tempestade de acusações de corrupção, alta dos juros, explosão do dólar e outros indicadores de crise.

A própria central foi moderada: "o ato não é em defesa do governo, é em defesa dos trabalhadores", disse à VICE a assessora de imprensa da CUT Nacional, Marize Muniz.