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Games

O Pixel Pornô, os Jogos Adultos de Atari

Fizemos um pequeno apanhado dos jogos mais sem-vergonha do Atari 2600.

Desde antes do ser humano virar um ser humano (se você acredita nessa história de evolução), um de seus principais sentidos de vida (tratando-se do gênero masculino) é tentar penetrar o maior número possível de pessoas, animais e objetos inanimados com seu falo ereto. Embora a pornografia — como foi se desenvolvendo na era moderna até chegar ao estágio extremamente desenvolvido que conhecemos hoje em dia com colegiais fazendo show na webcam e os japoneses fazendo praticamente tudo o que é possível de imaginar com orifícios, órgãos inchados, líquidos e gosmas — teve seus primórdios, em qualquer mídia, como algo meio patético.

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Lançado em 1977, o Atari é talvez o mais emblemático dos videogames, tendo inaugurado o formato de como seriam os videogames futuros. Algo nesse começo da indústria do videogame, que durante algum tempo conseguia passar tranquilamente por baixo do olhar reprovador da sociedade como um todo, eram os jogos com temática adulta. Embora a capacidade gráfica de mostrar pixels do tamanho de feijões dificultasse um pouco a possibilidade de representar o corpo humano em sua glória nua, alguns desenvolvedores não se sentiram acuados e foram em frente com esse projeto magnífico.

Tirando um jogo, o brilhantemente intitulado X-Man, todos os jogos apresentados nesta matéria foram produzidos por uma única empresa, a Mystique, o braço de uma produtora pornô que existe até hoje. Com a grande queda dos videogames de 1983, causada em grande parte pelo excesso de jogos ruins que os pobres consumidores compravam inadvertidamente, a empresa foi adquirida por outra companhia chamada Playaround, que ao adquirir o direito para os jogos, tentaram colocar em prática uma manobra não muito esperta para despistar o ódio de seus críticos. Todos os títulos foram lançados em duas versões simultâneas, em uma delas, o papel do protagonista é invertido dos homens para as mulheres ou vice-versa, dependendo do jogo. Ao ver do que se tratam os jogos, convido você a imaginar em que universo possível estas inversões fariam algum sentido no quesito de igualdade dos sexos, emancipação feminina, etc.

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Segue um pequeno apanhado dos jogos mais sem-vergonha do Atari 2600.

X-Man

Com uma jogabilidade similar a uma cópia bem vagabunda de Pac Man, X-Man hoje em dia teria grande dificuldade em ser vendido nas lojinhas especializadas com esse título. Seu personagem é um homem caucasiano que, com sua descomunal ereção, perambula por um labirinto para chegar à área central (com sua jeba chegando na frente, como os atletas que se projetam ao final de uma corrida de 100m rasos). Obviamente, os obstáculos que tentam impedi-lo de chegar ao meio são tesouras, dentaduras e caranguejos. Freud adoraria ter visto o medo da castração apresentado de forma tão simbólica e clara, e vale notar que em inglês a palavra CRABS, "caranguejos", é um termo vulgar para o bonitinho Phthirus pubis, vulgarmente conhecido em Pt-Br como CHATO. Ao chegar ao final do labirinto o jogador é presenteado com uma cena de sexo explícito pixelado, com o jogador mandando bronca na passiva figura feminina até ambos chegarem ao clímax, quando os bonequinhos ficam piscando múltiplas cores ao gozar gostoso.

Beat 'em and eat 'em

Aqui, o jogador controla um par de mulheres loucas por porra. Seu papel é ficar andando de um lado para o outro com duas peladas na calçada em frente a um prédio. De cima do prédio, um taradão fica se masturbando violentamente e soltando jatinhos de sêmen de seu pintão (que mais parece uma britadeira) e que você, como controlador de duas taradas doentes, precisa pegar com a boca. Ao pegar todo o gozo que o cara vai soltar nessa fase, as duas mulheres prontamente lambem os lábios indicando que você venceu essa linda etapa de sua vida. Existe uma segunda versão do jogo, chamada Philly Flasher, na qual você controla dois prisioneiros que, ao pegar com a boca todo o leite que uma bruxa (???) fica jorrando de seus seios de cima do prédio, também se masturbam e gozam no chão, muito classudo.

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Custer's Revenge

Vou direto ao ponto: Custers Revenge é um jogo no qual você controla um estuprador. Seu objetivo ao controlar esse general responsável por grande parte do massacre de nativos norte americanos se "vinga" no jogo ao andar pela tela, desviando de flechas até chegar ao lado oposto da tela onde enfia sua piroca em uma índia amarrada a um tronco. Bonito, não? Na época em que foi lançado, ele foi duramente criticado pelas feministas e ativistas dos direitos indígenas da época, mas imagina se esse jogo fosse lançado hoje em dia? Imagina o Facebook? Apenas imagine… Uma boa analogia com a história brasileira seria fazer um joguinho em que o Borba Gato tem que desviar de flechas envenenadas para estuprar uma indiazinha. Fico imaginando o responsável por falar que esse jogo deveria ser feito, cheirando muito pó e falando "fodido, fodido, pode fazer".

Cathouse Blues

Nesse jogo da memória pervertido, você habita o estrato inferior da sociedade civil. Controlando uma pessoa que acaba de sair da cadeia, você precisa decorar em que casa as mulheres que também acabaram de sair do xilindró entraram. Depois, você vai ao banco pegar uma grana e segue para as respectivas casas das damas e paga vinte pilas para transar com elas (se você não tiver dinheiro elas chamam os guardas, que jogam você de volta em cana), lindo, né? Pois é. O jogo inteiro consiste em ficar indo ao banco para pegar mais dinheiro realizar o coito com diversas mulheres. A animação do ato sexual é sempre a mesma, embora mude na versão "feminina" do jogo, Philly Flasher, onde é a mulher que você controla que vai por cima na hora da transada. Realmente, faz toda a diferença, não imagino como as mulheres podem achar esses jogos ofensivos agora, compensou todo o resto fazer a mulher ficar em cima mesmo.

Siga o Pedro Moreira no Twitter: @pedrograca

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