Salto com a mão no nariz, mortal pra trás, com os braços abertos, em dupla. Enquanto as Olímpiadas de 2016 não chegam, a Praça Mauá, no centro do Rio de Janeiro, funciona como piscina olímpica para uma meninada do entorno principalmente do Morro da Providência. Apesar das águas turvas e poluídas da Baía de Guanabara, a prática informal de saltos ornamentais improvisados é de graça e ajuda a aplacar o calor carioca.
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Medo de contrair doenças em meio a tantas gigogas e plásticos flutuantes? "Sabe o que é, tia? Pobre igual a gente tem anticorpos", justificou, rindo, um dos mergulhadores mirins.
O lugar, que serve de cenário para gravações de novela e abarca também o recém-inaugurado Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio (MAR), vive cheio de turistas, que filmam e fotografam os meninos saltitantes. Quando o clique não vem, eles mesmos fazem o convite. "Tio, quer tirar nossa foto?", sugerem. Entre uma acrobacia e outra, é fácil vê-los aos risos, se empurrando ou baixando as calças e mostrando a bunda para as câmeras.
Mergulhando ao lado de uma enorme escultura com os dizeres "#Cidadeolímpica", parte dos garotos pensa que a diversão nas águas sujas pode ser também um canal de visibilidade. W., de 17 anos, contou que seu grande sonho é poder praticar saltos ornamentais profissionalmente.
Embora os arredores tragam os museus "MAR" e "do amanhã", a poluição na baía é a de sempre. E enquanto as autoridades correm para mitigar a situação horrorosa da água, nas quais diversas provas olímpicas irão ocorrer, os pulos, mergulhos e a zueira dessa molecada continua.Saque mais fotos dos mergulhadores abaixo: