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Perguntamos a um Futurista Sobre Trabalhos que Ainda não Existem

O futuro do emprego, aos olhos do futurista Ross Dawson, é brilhante e cheio de robôs – menos Exterminador do Futuro e mais Tamagotchi.

Ilustrações por Michael Dockery .

Quando liguei para o futurista Ross Dawson – um australiano que basicamente ganha a vida prevendo o futuro – para perguntar o que os trabalhos do próximo século nos reservam, eu não esperava ouvir que robôs jornalistas já estavam começando a roubar meu trabalho, que implantes cerebrais ciborgues estava a dez anos de distância. Mas foi isso que ele disse, e eu entrei em pânico.

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Felizmente, Ross me garantiu que as coisas não estão indo na direção Bladerunner, então vou ficar bem, não vou ficar desempregada tão cedo. Como é um cara legal, ele também sugeriu várias carreiras alternativas que nem existem ainda.

Talvez, daqui dez anos, eu esteja vivendo o sonho que eu nem sabia que tinha.

O futuro do emprego, aos olhos de Ross, é brilhante e cheio de robôs – menos Exterminador do Futuro e mais Tamagotchi. Leia nossa conversa abaixo.

VICE: Ross, vamos direito ao ponto. Vamos perder nossos trabalhos para os robôs no futuro?
Ross Dawson: Essa é uma questão importante. Há muitos trabalho hoje que vão ser substituídos por automação. A dúvida é: vamos ser capazes de criar novos trabalhos tão rápido quanto os perdemos? Em toda a história da humanidade, temos destruído trabalhos e criado outros novos. Agora a velocidade da destruição de trabalhos está aumentando.

Que trabalhos estamos perdendo?
Tarefas mecânicas simples, principalmente. Perdemos muitos trabalhos industriais para a automação, embora tarefas que requerem mais habilidade estão a salvo por enquanto. Agora estamos vendo trabalhos de gerência de escritório serem substituídos

OK. Sou jornalista, então estou salva pela próxima década?
Há trabalhos sendo perdidos no jornalismo, porque a forma do jornalismo está mudado. Estamos vendo a ascensão do jornalismo algorítmico. Matérias simples em esportes e negócios estão sendo escritas por sistemas autômatos. Com certeza vamos ver mais do que é feito hoje por jornalistas ser feito por máquinas.

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Quais alguns dos novos trabalhos que vamos precisar criar?
Há três domínios onde os humanos continuam superando as máquinas: conhecimento, criatividade e relacionamentos. Então vamos ver mais empregos em design, porque design é a combinação de conhecimento, compreensão de pessoas e criatividade. Com mais e mais máquinas poderosas, vamos precisar de pessoas desenvolvendo jeitos melhores de usá-las. Vamos ver mais foco em experiência do usuário, para ter certeza que essas máquinas estão servindo bem as pessoas que as criaram.

Digamos que o título do meu trabalho do futuro é "designer de experiência de usuário". O que realmente eu vou fazer?
Um trabalho como esse envolveria ser um designer de interface emocional. Você pode criar um robô que vai responder emocionalmente. Fizemos muito progresso em criar sistemas a que pessoas vão responder emocionalmente.

Então vai ser basicamente como se o filme Ela virasse realidade?
Bom, sim. É só uma questão de tempo até termos algo que não só tenha a capacidade do sistema em Ela, mas também uma representação visual que é essencialmente indistinguível de uma pessoa real. Isso é muito provável; estamos na iminência de sistemas que emulam Ela. Não na qualidade mostrada no filme – por enquanto. Mas há muito valor nesses sistemas, e precisamos que humanos os criem.

Tem alguma coisa em que já estamos trabalhando, um emprego que não existe, mas vai?
Cirurgião de implante cerebral. Quando a tecnologia avançar o suficiente, mais e mais pessoas vão escolher ter implantes no cérebro para poder interagir diretamente nas nossas mentes com a tecnologia que nos cerca. Essa é uma indústria completamente nova. As pessoas vão criar as interfaces, as implantar e treinar pessoas para usar essa tecnologia. Outro emprego totalmente novo: treinador de interface cerebral. Os que forem mais habilidosos em usar essas interfaces cerebrais vão ser dar melhor em seus empregos, então temos que treinar as pessoas para usar essas interfaces.

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Isso parece coisa de ficção científica.
Na verdade não, as pessoas já estão usando interfaces cerebrais. Acabamos de começar, mas pense em headsets para controlar videogames. Isso é interface cerebral.

Então treinamento de interface cerebral vai ser como o equivalente do futuro à digitação. Qual o intervalo de tempo aqui?
Aposto que nos próximos dez anos vamos ter um forte vínculo emocional com a tecnologia ao nosso redor. Não apenas com interfaces emocionais, mas todo tipo de bichos de estimação robóticos. Algumas semanas atrás, a Hasbro lançou um animal robótico para fazer companhia para idosos. Vamos ver melhoras significativas na qualidade desses animais. Esse é um exemplo de como vamos nos envolver com a tecnologia.

Essa tecnologia parece bem legal.
Como futurista, acredito que precisamos estar conscientes do poder e das implicações éticas da tecnologia que temos. Mas com certeza, essa tecnologia pode trazer benefícios de muitas maneiras. Sério, as possibilidades são infinitas.

Esta matéria foi apresentada pela Melbourne Polytechnic – As matrículas já estão abertas para os cursos de 2016. Saiba mais em melbounepolytechnic.edu.au/

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Tradução: Marina Schnoor

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