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Primeiro-ministro italiano Matteo Renzi renuncia

Renzi desiste do cargo depois de resultado do plebiscito enquanto partidos populistas clamam vitória no referendo.

Renzi durante discurso em que anunciou sua renúncia. Foto: Associated Press

Esta matéria foi originalmente publicada na VICE NEWS .

O primeiro-ministro italiano renunciou na noite do último domingo (4), depois que os italianos votaram "não" no referendo sobre reforma constitucional. Matteo Renzi esperava que os cidadãos votassem por mudanças na constituição, que reduziriam os poderes do senado e permitiram que legislações fossem aprovadas mais facilmente. No entanto, o "sim" foi derrotado por uma grande margem.

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Com as notícias de que 59,1% do eleitorado tinha optado por manter o sistema atual, Renzi prontamente voltou ao Palazzo Chigi (a residência oficial do primeiro-ministro italiano) e discursou para a nação.

Grazie a tutti, comunque. Tra qualche minuto sarò in diretta da Palazzo Chigi. Viva l'Italia!
Ps Arrivo, arrivo

— Matteo Renzi (@matteorenzi)4 de dezembro de 2016

"Tentamos, demos aos italianos a chance de mudar, mas não conseguimos", disse ele. "Queríamos vencer, não apenas fazer parte da competição."

No que foi descrito como um discurso emocionado, Renzi acrescentou que fez todo o possível para trazer mudança ao país, e insistiu que "se luta por uma ideia, você não pode perder".

Insieme a milioni di italiani, abbiamo giocato una bella partita e l'abbiamo persa. È stato bello e giusto giorcarla: per l'Italia.

— Angelino Alfano (@angealfa)5 de dezembro de 2016

O resultado do referendo é uma grande vitória para o partido anti-establishment Movimento Cinco Estrelas. Liderado pelo ex-comediante Beppe Grillo, o grupo fez campanha contra as reformas e tentou apresentar o resultado da votação como um julgamento da liderança de Matteo Renzi. A Liga Norte de extrema-direita também reivindicou o resultado como vitória sua. Matteo Salvini, líder do grupo, tuitou:

Viva Trump, viva Putin, viva la Le Pen e viva la Lega! — Matteo Salvini (@matteosalvinimi)4 de dezembro de 2016

Outros líderes de direita da Europa se apressaram para opinar, com Marine Le Pen e Nigel Farage dizendo que o resultado foi um voto contra a União Europeia:

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Les Italiens ont désavoué l'UE et Renzi. Il faut écouter cette soif de liberté des nations et de protection !MLP — Marine Le Pen (@MLP_officiel)4 de dezembro de 2016

Farage, que teve um papel importante na decisão do Reino Unido de sair da UE, disse que o resultado na Itália era mais sobre o Euro do que qualquer questão constitucional, apesar de várias pesquisas mostrarem que a maioria dos italianos apoia a moeda:

Hope the exit polls in Italy are right. This vote looks to me to be more about the Euro than constitutional change.

— Nigel Farage (@Nigel_Farage)4 de dezembro de 2016

O resultado é um choque para a Europa, e aumenta o medo de que a Itália entre agora num período de incerteza econômica. A Itália é a terceira maior economia da UE, mas preocupações com a estabilidade financeira dos bancos locais estão crescendo. O peso da dívida é grande, e alguns especialistas temem que a partida de Renzi inicie um período de instabilidade que prejudique ainda mais os bancos.

Matteo Renzi vai entregar sua renúncia ao presidente Sergio Mattarella na segunda-feira. O presidente deve reunir um governo de transição, mas — apesar de pedidos dos partidos de oposição — uma nova eleição parece improvável.

Tradução: Marina Schnoor.

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