Será que vem por aí uma nova onda de protestos e ocupações nas escolas de SP?
Foto: Felipe Larozza/ VICE

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Educação Ocupada

Será que vem por aí uma nova onda de protestos e ocupações nas escolas de SP?

O sindicato dos professores afirma que mais de mil classes foram fechadas, e essa informação está começando a repercutir entre os estudantes.

No dia 5 de dezembro, frente a 200 escolas ocupadas por estudantes, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), voltou atrás e revogou a reorganização do ensino público. A medida previa o fechamento de 94 escolas e a separação das unidades de acordo com os ciclos de ensino. Entretanto, levantamentos recentes da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) apontam que mais de 1.043 classes já foram fechadas.

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A presidente do sindicato dos professores, Maria Izabel Noronha, conhecida como Bebel, publicou em seu blog que vem ocorrendo "fechamento de classes, séries/anos e turnos, transferências compulsórias de estudantes, negativas de matrículas […]". No entender do sindicato, esses elementos configuram uma "reorganização disfarçada" das escolas estaduais.


Assista ao documentário "São Paulo: Educação Ocupada"


Procurada pela VICE, a Secretaria de Educação afirma que o levantamento feito pelo sindicato é "equivocado" e que "o remanejamento de salas se trata de uma ação administrativa que sempre aconteceu". De acordo com a pasta, neste ano, o Estado registrou uma redução de alunos que ultrapassa as 100 mil matrículas. "A readequação no número de salas de aula é rotina a cada início de ano letivo", informou a assessoria de imprensa.

Segundo Bebel, o número de salas fechadas pode ser ainda maior. "Algumas regiões informaram o fechamento de turnos, sem quantificar o número de classes fechadas", publicou.

Foto: Felipe Larozza/ VICE

Para o Comando das Escolas em Luta, encabeçado pelos estudantes responsáveis pelas ocupações do ano passado, a questão dos fechamentos de salas "nada mais é do que uma forma do governo […] continuar efetuando cortes na educação e, dessa forma, fazer com que o projeto de reorganização passe e o ajuste fiscal aconteça."

No último domingo (14), o Comando se reuniu e deliberou que um jornal será produzido para discutir o assunto entre os alunos. Em nota publicada no Facebook, eles mencionam a organização de novos "atos regionais" – o que pode significar uma nova onda de protestos e ocupações nas escolas.

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