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Edição Papel Para Bunda

Resenhas

Por Equipe VICE.

PSILOSAMPLES

 JC BROOKS & THE UPTOWN SOUND

Só por ter uma música sampleando o filme baiano Meteorango Kid – O Herói Intergalático,esse já merecia ser o melhor disco do mês. Mas o que aconteceu com o Zé Rolê é fenomenal. Esse jovem produtor de música eletrônica de Pouso Alegre foi experimentando a partir de samples, remixes e sets ao vivo (notadamente na Voodoohop), e soltou faixas doidonas promissoras ao longo dos últimos anos. Elas eram inventivas e pareciam não tomar conhecimento (ou dar satisfação) para as distinções babacas hypadas pelos faróis de Alexandria em inglês da rede mundial de computadores. Em seu primeiro disco, ele chega numa arquitetura coesa de suas desconstruções e nos dá só delícias. É o que você esperaria de todo artista, mas né?!

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DEIVID GUETO

THE BEACH BOYS
The Smile Sessions
Capitol

OH MEEEEUUUUUU DEUUUUUUSSSSS!
Uma caixa com cinco CDs do maravilhoso disco não-lançado dos Beach Boys e um bom tanto de sessões de estúdio. O Disco 5 é só de faixas tiradas do processo de gravação de “Good Vibrations”. Era para o Smile ser a grande continuação do Pet Sounds, mas foi descartado depois que o Brian Wilson ficou doidinho por causa do seu próprio gênio e de algunas cositas más. Muitas das músicas desse disco foram regravadas e estavam dispersas por outros discos do Beach Boys, e teve também aquela coisa estranha do Brian Wilson Presents Smile que rolou em 2004, mas esse negócio agora é muito maior. Você não vai conseguir sentar e ouvir o lance todo de uma vez, mas tem umas boas faixas de zoeira, como a que o Brian Wilson finge que está dentro de um microfone.

SYNCOPATED SAL

BRAIN ≠
Sleep Rough
Sorry State

OSleep Rough toca como se fosse a trilha sonora para todo homem aceitar que jamais saberá como é gozar como mulher, o que é bem chato sob uma perspectiva masculina. Você já passou pela situação de ser o único cara em uma sala cheia de mulheres falando de orgasmos? Pelamor.

GUY McGIRLY

AUTORAMAS

Música Crocante

Coqueiro Verde Records

Tô deprê. Escutei esse disco mais vezes do que seria aconselhável para minha saúde e mesmo assim não consegui pensar em nada espirituoso para escrever aqui. É como se fosse o contrário de inspiração, ou de repulsa, ou de amor. É só extremamente chato, um rockinho feito para ser bobo e que o é, sem o menor jogo de cintura. E ainda tem um “cover rock ’n’ roll instrumental” de “Blue Monday” do New Order.

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BILLY ROSKA

THE OLIVIA TREMOR CONTROL
Dusk at Cubist Castle + Black Foliage
Chunklet

Não é fácil separar esses caras (e o Neutral Milk
Hotel) das legiões de homenzinhos fantasiosos que gostam de gatos e tomaram suas músicas como permissão para batucar por aí em instrumentos infantis e se vestir que nem monitores de acampamento. Mas, assim como a bomba atômica de Nagasaki, você não pode deixar que as consequências ruins estraguem coisas ótimas, como, digamos, dois discos de músicas que poderiam ter vindo de sobras de uma versão melhor do Álbum Branco revestidas por um piano a la Vince Guaraldi, ruídos espaciais gravados em quatro canais e um baixo que parece o pulso de uma árvore. Esses discos do OTC foram reprensados com toda a arte e encartes originais (muito capricho do cara responsável pela revista Chunklet, de Atlanta), e cada um vem com mais ou menos uma hora de lados-B e esquisitices para download, como Explanation II, a jamais explicada “trilha sonora” instrumental de 50 minutos do Cubist Castle. Eu poderia seriamente ouvir esse negócio todo dia pelo resto da minha vida. Mas não me leve muito a sério. Acabei de comer um punhado de cogumelos.

E.F. WORTHINGTON IV

DAVID J.

Not Long for This World

Starry/St. Rose

Starry/St. Rose O David J sempre me impressionou por ser o membro do Bauhaus que se levava a sério demais. Tipo, o resto da banda está nos bastidores bebendo cerveja e pegando menininhas menores de idade no bar Batcave e ele é o cara no cantinho despejando absinto cuidadosamente numa colher de açucareiro vitoriana. O que deixa a vergonha alheia pior quando ele faz uma pausa para piscar para a câmera e tirar sarro da sua verve gótica (“Dead and Lovely”), que ele faz incansavelmente (“Dress Sexy at My Funeral”) nesse álbum de ragtime brega (cover da porra da “Gloomy Sunday”), que seus fãs provavelmente chamam de “dark-rag” ou coisa assim. Enfim. Pelo menos é melhor que a trilha sonora de cabaré que ele fez para o V de Vingança do Alan Moore. Não tô brincando.

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O VAMPIRO LESIGHO VAMPIRO LESIGH

CAPTAIN PLANET
Cookin’ Gumbo
Bastard Jazz

Eu me divertiria muito mais assistindo ao verdadeiro Capitão Planeta me educando sobre aquecimento global do que se me arrastasse por mais uma rodada dessa música de elevador. Isso me lembra de um daqueles interlúdios meio falhos que passam no MTV Cribs quando o rock star anda em altíssima velocidade entre a geladeira abarrotada de comida e a cama onde “a magia acontece”.

LCD DOWNSYNDROME

Parem de fingir que estão em outra época. O agora é demais e vocês estão parecendo um bando de nerds ingratos.

MICKY FAGAN

V.A

Reggaeton Brasil Vol. 1

Independente

Co

mo un corazón de mamacita, o lançamento
dessa mixtape foi adiado sabe-se lá quantas putas vezes para que sempre coubesse mais um som que surgia para ser postado “com exclusividade” na coletânea – diz o site Reggaeton Brasileiro, onde por acaso o pendejo vai achar o link para o download gratuito. O que significa quase 90 músicas separadas pelas três partes nas quais o disco foi dividido: Passado, com “Desce e Sobe”, dos Señores Cafetões, e “Piriguete”, do Papo; Presente (Papo, Señores Cafetões, Costa a Costa, Culandria, Kartel Latino, Faraó); e Futuro (com várias músicas já lançadas há algum tempo + alguns remixes e inéditas, e o Papo, claro). Fora a quantidade proporcional de porcaria. Mas vale pelo registro e tentativa de mapeamento do que tem sido feito no reggaeton brasileiro para além das versões e “Lanchinho da Baladinha”. Nenhuma delas vai figurar nas listas Sudeste de melhores de 2011, mas podem bombar o seu set list de verão.

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DON REGGAEDON

PENINSULA FERNANDES

Savoia

Cloud Shappel Records

O disco anterior era um barulhinho bom de

apartamento, esse é apenas tédio de apartamento. Umas camas de teclado repetitivas e sem dúvida alguma as piores batidas que escutei nos últimos tempos. Aposto que nem quem fez tem saco para escutar isso de novo, é mais chato que ler o Pitchfork.

PAUL MOULE SKINNER

MICHEL TELÓ

Michel Teló na Balada

Som Livre

OK, vá lá, a música se chama “Eu Te Amo e

Open Bar”. Você chega até a considerar as possibilidades maravilhosas que as duas frases juntas oferecem – sexo liberal, bebida liberada. E então você dá o play e se vê dentro de um pesadelo: uma rave onde toca “housenejo”, a brilhante combinação entre dance music categoria glow stick e o sertanejo em si, representado ali principalmente por uma sanfona, além dos cortes de cabelo e roupas cafonas. Tudo isso ao vivo. Com gritinhos e palmas. A faixa faz parte do lançamento que promete agitar as pistas de todo o Brasil no Carnaval 2012, também conhecido como o grande primeiro momento rumo ao fim do universo repleto de sexo ruim.

RUAN & REYLER

INQUÉRITO

Mudança

Independente

Esse disco saiu no começo de 2011, mas tenho a

impressão que foi um dos subestimados. É a tradição do rap nacional paulista mais clássico realizada à perfeição: bem gravado, tem rimas de protesto redondas e boas batidas. É tanta responsa que fazem aparições especiais aqui os mestrões DBS, Realidade Cruel, Rapadura, Dexter, Emicida e Cagebê. Esse disco é tipo uma cartilha.

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CAIO A. MICHA

HIEROFANTE PÚRPURA
Transe Só
Tranfusão Noise Records/
Popfuz Records

Em uma capa de LP vem o CD com o novo EP e os dois anteriores, “Adubado” e “Crise de Creize” e o som é chapado como a capa. A Tranfusão Noise tá na fita, então você sabe o que esperar, é rock alternativo sujão que tem a ver com anos 90. Voz em português, baixo, piano, guitarra e bateria. Ao vivo deve ser foda.

CAIO PIRA