Ser Gay É Lindo em Brasília

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ser gay é lindo

Ser Gay É Lindo em Brasília

Ainda que beijar em público seja praticamente um delito social.

Brasília é um armário urbano. Bibas mais fabulosas, como Boy George, por exemplo, ou Michael Alig – nos tempos de club kid –, odiariam morar numa cidade tão cinza e geométrica.

Por aqui, para andar de mãos dadas, os lúgares são específicos e estigmatizados por isso. Beijar em público é considerado um delito social. Fora de parques arborizados (onde a putaria rola solta) e longe dos corredores da Universidade de Brasília (UnB), o padrão heteronormativo comanda. À noite, para inveja ou tesão de quem olha, as academias lembram vitrines de Barbies vigoréxicas. Aplicativos de foda casual são, aliás, a saída para que os "discretos e fora do meio" deem suas sapecadas. Justo, afinal de contas, os enrustidos também transam.

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Por outro lado, "Brasília" não se limita às asas do Planalto Central, onde ser gay é maravilhoso. Ao redor de lagos, eixos, monumentos e zumbis do serviço público, o sol escaldante do cerrado também ilumina famílias cuja realidade foge do arquétipo higienizado que a classe média tradicional ostenta. Se, no centro, tanto a homofobia, quanto a viadagem são bem disfarçadas, nas quebradas a regra muda: por lá, são altos os índices de violência contra gays e lésbicas no Distrito Federal -- isso para não mencionar as travestis, já habituadas ao ostracismo.