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Gotta catch 'em all: Conheça a tatuadora que está riscando os 151 pokémons originais

A norte-americana Alicia Thomas aplicou o conceito de treinadora pokémon de um jeito bastante inusitado.

Alicia Thomas e seu chefe no trabalho. Foto cortesia de Alicia Thomas.

Matéria publicada em julho de 2015 na VICE US.

Algumas verdades são evidentes: nerds se dão bem na vida e doidos tatuados são sensuais. Enquanto eu stalkeava o Instagram da minha amiga escritora Casey, meu tesão pulou de 7 para 10 quando vi que ela tinha acabado de tatuar um Golbat. Eu precisava saber mais. Ela era simplesmente a garota dos meus sonhos, ou havia forças maiores em movimento? Alicia Thomas é uma tatuadora que trabalha no Boston Tattoo Company em Somerville, Massachusetts. Thomas está numa missão para "capturar todos": ou seja, tatuar os 151 pokémons originais. O projeto começou em agosto passado e está quase completo. Liguei para a Alicia para saber como ela virou uma pessoa tão cool. Fale com a moça você também e talvez você consiga ficar com um dos Pokémons que faltam, aí encontre alguém que tem sua evolução tatuada no bíceps na festa Poké Ball que Alicia espera dar quando completar os 151.

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VICE: Como você se envolveu com tatuagem?
Alicia Thomas: Fiz gravura na escola de artes, e trabalhei com isso por alguns anos depois que me formei. Percebi que esse é um campo que está morrendo, como fotografia em filme, então peguei um emprego de balconista [num estúdio de tatuagem]. Alguns meses depois, eles me ofereceram uma vaga como aprendiz.

Então me conta a história dos pokémons, o começo.
Pokémon definitivamente foi uma grande parte da minha infância. É uma coisa que me atrai até hoje. Ainda jogo as cartas de vez em quando, ainda jogo o videogame e coisas assim. Como quase todo mundo, na quarta e quinta série, eu corria para casa depois da escola para jogar. Isso ficou comigo para o resto da vida.

Como o projeto Pokémon começou, e você já deu um nome oficial?
Tenho chamado o projeto de "Help Me Catch Them All" (Me ajude a pegar todos), esse tipo de coisa. Começou quando eu estava tatuando um dos meus clientes regulares. Temos mais ou menos a mesma idade e estávamos falando sobre nossa infância. Somos muito nerds. Estávamos falando sobre crescer com Pokémon e fizemos uma piada tipo "Ah, você deveria tatuar todos eles". Sou uma pessoa muito orientada por objetivos, então achei que seria um projeto divertido para começar. Vi algumas pessoas querendo tatuar pokémons nos últimos anos, mas nunca alguém que tatuasse todos. Já fiz uns 125, 130 dos 151 originais.

Uma das obras-primas de Thomas. Foto cortesia da autora.

Como você espalhou a ideia?
Honestamente, uns amigos resolveram se tatuar e a coisa virou uma bola de neve. Fiz pouca coisa. Só agora estou começando a postar as tatuagens, tentando lembrar todo mundo que estou fazendo esse projeto pelas redes sociais, mas a maioria das 125 tatuagens foram coisa de boca a boca.

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Quais são os que faltam?
Os pokémons de luta, muitos dos pokémons insetos, o que é uma surpresa. Mas ainda tenho uns bons, como o Jolteon e o Moltres.

Quais foram os primeiros a sair?
Pikachu é o que mais me pedem; Bulbasaur é o segundo mais pedido. Eu diria que os primeiros foram Scyther, depois Bulbasaur e Haunter. Esses são só três mais.

Você tem uma tatuagem de pokémon?
Não. Quero esperar até concluir o projeto, aí vou fazer meu favorito, que é o Bulbasaur, e também quero dar uma festa Poké Ball, para comemorar o final do projeto. Mas não vou fazer a tatuagem até completar o projeto. Um amigo tatuador vai fazer a tattoo pra mim, ele mora na Califórnia e o pokémon favorito dele também é o Bulbasaur.

Qual sua história favorita das pessoas que vieram tatuar pokémons com você?
Peguei grupos inteiros de amigos — estou usando a palavra "pegar". Sete ou oito amigas marcaram o dia inteiro comigo e eu tatuei todas. Foi meio que para canalizar a infância que elas tiveram juntas, ou algo que todas têm em comum. Acho que a melhor história foi a de dois irmãos e a mãe. Eles fizeram Charmander, Chameleon e Charizard. A mãe ficou com o bebê, e os dois garotos fizeram Charmeleon e Charizard. Ela não curte tanto Pokémon, mas queria apoiar o projeto. Ela gostou da ideia porque mesmo não se envolvendo diretamente, ela viu os dois filhos crescerem colecionando cartas, trocando cartas e lutando um contra o outro. Acho que essa foi a história mais fofa de todas.

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Fiz vários casais com tattoos combinando também. Um casal fez Rattata e Raticate; essas foram bem no começo. Eu perguntei "Por que você vão tatuar ratos?" e eles explicaram que adoram ratos e camundongos, e que esses são os bichos de estimação deles. Eles eram um casal muito feliz.

Você disse que está planejando um evento quando o projeto acabar e você tiver "pegado todos".
Além de fazer uma tatuagem, eu gostaria de dar uma festa, algum tipo de evento em que vou passar por toda minha papelada, entrar em contato com todo mundo por e-mail e convidar toda a galera que tatuou pokémons, assim too mundo se conhece e encontra suas evoluções. Tipo um meet-and-greet. Também quero muito tirar uma foto de todo mundo junto. Isso ia ser incrível.

Você acha que as pessoas vão se dar bem com as pessoas que têm suas evoluções?
Acho que sim. Sempre faço essa piada do "pokémon espiritual", tipo um animal espiritual, porque sempre faço uma consulta com cada pessoa antes da tatuagem. E no final de toda sessão, sempre penso "Sim, esse definitivamente era o pokémon que você tinha que tatuar". Então aposto que você vai se dar bem com quem tem sua pré-evolução ou evolução. Vocês têm pelo menos uma coisa em comum.

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Tradução: Marina Schnoor Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.