"Pichar é Humano" relembra a trajetória da lenda do pixo #DI#
Foto: acervo Dino e Rafael PixoBomb.

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"Pichar é Humano" relembra a trajetória da lenda do pixo #DI#

O rei dos prédios #DI# ganha exposição em SP sobre seu legado na arte e na pixação.

Quem não é visto, não é lembrado. Na década de 1990, uma das lendas do pixação de São Paulo eternizou seu letreiro ao vandalizar um dos prédios mais cobiçados pelos pixadores da época, o Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. O fato poderia terminar aqui e ainda assim teria entrado pra história do pixo, mas não. Assim que desceu do prédio, Edmilson Macena de Oliveira, o #DI# (12/02/1975 - 27/06/1997), ligou prum jornal se passando por um morador putaraço com o trampo que, na real, ele mesmo fizera. "Di afirmou que ficou apavorado com a situação. Segundo ele, o esquema de segurança do prédio não poderia permitir esse tipo de ação", dizia a matéria. Estava cravada uma das narrativas mais conhecidas e contadas pelos pixadores da cidade.

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Matéria de jornal da época. Reprodução acervo Dino e Rafael PixoBomb

Considerado por muitos o maior pixador dos anos 1990 — e o número 1 da história do pixo —, o assim chamado rei dos prédios será homenageado com a exposição "#DI# Pichar é Humano", a partir do dia 28 na galeria A7MA, no bairro da Vila Madalena, em São Paulo.

DI# pixando. Foto: acervo acervo Dino e Rafael PixoBomb.

Conjunto Nacional, mansão da família Matarazzo, Bienal de Arte de SP, Ponte dos Remédios. #DI# afamou sua caligrafia no alto de respeitáveis instituições artísticas e construções emblemáticas da cidade, além de eternizar a modalidade de prédio e espalhar seu pixo por todos os picos imagináveis. Os frutos do seu percurso na história do pixo e da arte estarão reunidos na mostra, que traz desde fotografias e matéria de jornais, a famosa escultura que ele fez no Parque Ibirapuera e até um documentário inédito sobre sua vida (do qual falaremos mais muito em breve por aqui). Todo o material estará disponível pra venda e o recurso obtido será revertido ao filho do #DI#.

Mansão Matarazzo. Foto: acervo acervo Dino e Rafael PixoBomb.

"Hoje, ao formular uma exposição individual do #DI# também fazemos história, porém agora com o protagonismo da cultura popular que ele representa, que desenvolveu estratégias expandindo a expressão urbana para alcançar tal escala. Contudo, o #DI# não fez obras para caber no espaço diminuto de uma galeria, e foi um fotógrafo do movimento artístico de que ele fez parte que conduziu parte das imagens que permitem nos aproximar de sua criatividade", conta Sérgio Franco, curador da exposição.

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Conhecido por ser um cara humilde, comunicativo e carismático, Edmilson inicia o seu relacionamento com as tintas, pincéis e paredes no final dos anos 1980, quando tinha cerca de 13 anos. Daí pra frente, nunca mais parou. Da Vila dos Remédios, onde nasceu, até os picos mais cabulosos da selva de concreto, o artista espalhou sua assinatura, deixando um legado para a cidade paulistana. #DI# foi assassinado em 1997, com apenas 22 anos, em Osasco, numa possível briga de bar que nunca foi totalmente elucidada.

Pixo do #DI#. Foto: acervo acervo Dino e Rafael PixoBomb.

Serviço

Exposição #DI# "Pichar é Humano"
Abertura: 28 de julho, a partir das 17h
Visitação: 01 a 27 de agosto de 2016, das 11h às 20h
Onde: A7MA - Rua Harmonia, 95B, Vila Madalena, SP.
Contato: contato@a7ma.art.br
Telefone: 11 2361-7876
A7MA - www.a7ma.art.br

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