O saldo sanguinolento do último ato na Paulista mostra que não se pode protestar em SP
A universitária Deborah Fabri, que perdeu o olho esquerdo. Foto por Mel Coelho/ Mamana Foto Coletivo

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O saldo sanguinolento do último ato na Paulista mostra que não se pode protestar em SP

Entre os feridos está a universitária Deborah Fabri, que perdeu o olho esquerdo após ser atingida por estilhaços de bomba da PM.

Colaborou Amauri Gonzo.

Pelo terceiro dia consecutivo a Polícia Militar (PM) reprimiu violentamente uma manifestação na cidade de São Paulo. Se na parte da tarde da última quarta (31) foram ouvidos fogos de artifício comemorando a decisão do Senado, que afastou a presidente Dilma Rousseff do cargo em definitivo, a noite paulistana trouxe o som de vidros de banco sendo quebrados, bombas de gás lacrimogêneo e muitos gritos de "Fora, Temer". A universitária Deborah Fabri perdeu o olho esquerdo ao ser atingida por estilhaços de bombas disparadas pela polícia.

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Policial militar na Rua da Consolação. Foto: Jardiel Carvalho/ R.U.A. Foto Coletivo

O número de pessoas que participaram da manifestação não foi divulgado pela PM, nem pelos próprios manifestantes. Mas quem estava presente afirma que foi o maior protesto se comparado com os de segunda (29) e de terça (30).

O trajeto não foi negociado com a polícia como nos dois atos anteriores. Ainda na concentração, o destino decidido era o prédio do jornal Folha de S.Paulo, na região central.

Manifestações contra a posse definitiva de Michel Temer também aconteceram em outras cidades, como Curitiba (PR), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS).

A polícia militarna Rua da Consolação. Foto: Rodrigo Zaim/ R.U.A. Foto Coletivo

Em São Paulo, o ato começou na Avenida Paulista e seguiu pela Rua da Consolação com alguns manifestantes ateando fogo em sacos lixos. Foi lá, mais especificamente na altura da Rua Maria Antônia, que o bicho pegou e bombas de gás lacrimogêneo passaram a ser arremessadas. A PM justifica que, além do lixo, pedras foram arremessadas em sua direção.

O prédio da Folha foi atacado por parte dos manifestantes, que atiraram um cavalete em direção à porta principal do jornal, onde a palavra "golpista" foi pixada.

A porta principal do jornal Folha de S.Paulo. Foto: Jardiel Carvalho/ R.U.A. Foto Coletivo

DETIDOS e FERIDOS

Procurada pela reportagem, a PM informou que três pessoas foram detidas e encaminhadas para o 78º DP. Entre elas, estavam os fotógrafos Vinicius Gomes e Willian Oliveira, que foram agredidos por policiais e, depois, encaminhados para a delegacia, sendo liberados somente às 5h. Gomes tomou quatro pontos na cabeça. Um vídeo mostra o suposto momento em que uma viatura da polícia teria passado por cima do equipamento de trabalho do profissional. A imagem da câmera destruída foi postada por um fotógrafo nas redes sociais.

Foto: Rodrigo Zaim/ R.U.A. Foto Coletivo

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Os fotógrafos Taba Benedicto e Gustavo Oliveira foram feridos por estilhaços de bombas e bala de borracha, respectivamente, na perna.

No Facebook, a universitária Deborah Fabri postou que perdeu a visão do olho esquerdo, mas que passa bem. Segundo relatos, ela foi atingida por estilhaços de bombas disparadas pela PM.

A assessoria de comunicação da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo informou que foram atendidos seis pacientes relacionados aos protestos da noite de quarta (31). Todos já foram liberados.

Um carro de luxo da marca BMW teria atropelado manifestantes.

A BMW que teria atropelado manifestantes. Foto: André Lucas/ C.H.O.C. Documental

A Polícia Militar afirmou, em nota, que dois policiais militares também ficaram feridos.

O saldo de violência e caos que predominou no terceiro protesto desta semana em São Paulo não parece que terá fim, já que um novo ato está marcado para esta quinta (1º), no mesmo local.

Veja abaixo mais fotos da manifestação.

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Foto: Rodrigo Zaim/ R.U.A. Foto Coletivo

Foto: Rodrigo Zaim/ R.U.A. Foto Coletivo

Foto: Jardiel Carvalho/ R.U.A. Foto Coletivo

Foto: Jardiel Carvalho/ R.U.A. Foto Coletivo

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Foto: Rodrigo Zaim/ R.U.A. Foto Coletivo

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