Ficamos Bem de Rua Na Virada Cultural

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Ficamos Bem de Rua Na Virada Cultural

Décimo primeiro ano do evento teve mais palcos nas periferias e o centro mais de boa.

Homem-Aranha + Ryu + caneca + frango e flauta. Foto: Felipe Larozza

A Virada Cultural é um cara pedalando uma BMX e puxando um poodle velho pela coleira. Ou então é um outro completamente bêbado andando sozinho pela Rua 3 de Dezembro. A Virada Cultural são duas novinhas comendo pastel sentadas no meio-fio da Rua Libero Badaró. Ela é um cara com máscara de Homem-Aranha e quimono do Ryu plantando bananeira enquanto segura um frango de plástico, uma caneca e uma flauta doce. A Virada Cultural é o rolê, é o centro da cidade de São Paulo cheio de gente a madrugada toda. É uma pá de coisa legal e um monte de mijo, lixo, pequenos furtos e outras merdas também. Das 18h às 4h da madrugada, demos um rolezão bem de rua caçando assunto e coisas que você só vê na Virada Cultural. E, ó só, foi muito ouro:

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Foto: Felipe Larozza

Saindo do palco da Barão de Limeira, vimos um quarteto de moleques asseados e meticulosamente descabelados mandando ver num som, enquanto uma travesti bate o cabelo na Avenida São João com a Rua Pedro Américo, em frente aos Correios. A banda Solar é de Guarulhos e entrou na onda de tocar de forma "ilegal" com o projeto ClamDestino, que, desde 2008, monta palcos alternativos na Virada Cultural.

A banda guarulhense Solar na esquina da Avenida São João com a Pedro Américo. Foto: Felipe Larozza

Perto da fonte do Vale do Anhangabaú, tinha uma molecada com os BPM lá embaixo dançando bem perto das caixas de som. É o New World Square, um coletivo de sound system que só toca de graça na rua e é comandado por Gabriel Costa Claro e Alex Sander Oliveira. "Quando entra esquema de tocar em lugar fechado, a gente não gosta", conta Gabriel. A festa durou 24 horas, das 18h do sábado às 18h do domingo, ganhou o gramado e fez a cabeça de uma galera até de manhã. "Seja na pura ou no papel de pão", os moleques tão ali curtindo um som e fazendo fumaça no maior alto astral. Lacônico explica a vibe: "Foi 100%".

Alex Sander (à dir.) e Gabriel tranquilões no dub. Foto: Felipe Larozza

Há alguns metros dali, mas anos-luz de rolê, a HeartBits abrigava uma galera pra jogar um King Of Fighters e um Daytona bem suave. O espaço montado na entrada do Museu do Teatro Municipal foi o pico dos gamers. Um episódio de Hora da Aventura passa no telão, enquanto a galera, meio silenciosa e sem dar muita moral pro DJ, se entretém. No meio da sala, um tabuleiro despretensioso esconde o Kaiju Infestation , um jogo cheio monstros e tiros desenvolvido pela empresa paulistana Carranca Games. "Eu não tive intenção comercial nesse evento, fui mesmo com a ideia de levar game pro pessoal", explica Raul Tabajara, diretor de arte e cofundador da empresa, que, por 22 horas, ficou lá explicando qual a melhor munição para o jogador e dando uns toques sobre o jogo.

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Djake solidão. Foto: Felipe Larozza

O policiamento foi grande. A PM não revelou seu efetivo, mas, só de Guardas Civis Metropolitanos, passavam de dois mil agentes. Segundo os policiais, mais de 60 pessoas foram detidas. Durante nossa reportagem, não vimos nenhuma ocorrência grave, apenas algumas abordagens; pelo contrário, a Virada Cultural talvez seja um dos poucos lugares em que você vai ver os cavalos da Polícia Militar se tornarem atração turística. No Viaduto do Chá, grupos de jovens se amontoavam em volta de quatro animais para tirar fotos e dar uma alisada em seus focinhos. Um jovem passa ao lado e se ofende com a cena. "Passar a mão em cavalo fascista é foda."

Por que não fazer carinho no cavalo da polícia? Tão fofo. Foto: Felipe Larozza

Um dos palcos mais legais da Virada foi na Rua Dom José de Barros, 153, no Rei dos doces. A lojinha de guloseimas é o cenário do Happy Hour Black, que rola toda sexta, e foi também uma das pistas mais transantes de todo o rolê.

Junior Black o rei da pista no Rei dos doces. Foto: Felipe Larozza

Nas picapes improvisadas ao lado do caixa, os DJs Junior Black e Dindo proporcionaram bons momentos pra galera que se acabou de dançar como este cara aqui, que mandava muito:

Foto: Felipe Larozza

Ou estes dois:

Foto: Felipe Larozza

E também pra esta mina aqui:

Foto: Felipe Larozza

A Virada Cultural tem muita coisa e é impossível sacar tudo o que rola, mas deu pra achar este mano hondurenho que usa máscara de luchador e camisa do México para vender paleta. Alan Castellon, de 24 anos, está no Brasil há quatro.

Foto: Felipe Larozza

Vimos de tudo. Um balanço na Praça Dom José Gaspar perto da Galeria Metrópole.

Foto: Felipe Larozza

Essa manifestação-maracatu contra a falta d'água e contra a própria Virada Cultural:

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Foto: Felipe Larozza

Bueno, da dupla sertaneja DaLan e Bueno, e este mano gansando a foto:

Foto: Felipe Larozza

A lavagem da escadaria ao lado do Teatro Municipal:

Foto: Felipe Larozza

Este rango maravilhoso do Biyou'z:

Foto: Felipe Larozza

E, claro, este cara rodando em sua BMX puxando um poodle velho:

Foto: Felipe Larozza