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Música

Virada Gutural

Além de ter um dos piores nomes de banda pra se fuçar no Google (adicione grindcore e/ou death metal pra dar certo) e uma predileção por tocar na rua, o Test é desgraçado de bom.

Foto por Samuel Esteves.

Além de ter um dos piores nomes de banda pra se fuçar no Google (adicione grindcore e/ou death metal pra dar certo) e uma predileção por tocar na rua, o Test é desgraçado de bom. Eles costumam registrar em vídeos esses shows na porta de outros shows que fazem, e a invasão mais recente foi na Virada Cultural de São Paulo. Infelizmente só saiu um teaser até agora, então mandei umas perguntas pro vocalista, guitarrista e motorista João Kombi pra saber quando teremos a chance de assistir a íntegra dessa desobediência civil do barulho.

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Virada Cultural - Palco Test (teaser).

VICE: Por que vocês não têm baixista?
João Kombi: É muito complicado ter um ser humano a mais numa banda, desde marcar um ensaio até fazer uma viagem, complica muito mais.

O que é mais importante, afinação baixa ou blast beat?
O mais importante é agradar a si mesmo, mesmo com o risco de agradar quem não entenda. Às vezes fico triste em ver um monte de coxinha falando bem, usando nosso boné, eles acham engraçado um motorista de Kombi tocando na rua, não gostam de Napalm Death, mas gostam de Test. Vai entender?

Qualé dessa pira do Test tocar na rua?
Vontade de tocar. Essa ideia veio antes mesmo da banda existir, o público existe, mas tá cansado dos shows pequenos. A galera sempre tá nos shows gringos, o público tá lá, só colar.

Clipe de “Ele Morreu Sem Saber o Porquê” gravado na porta do show do D.R.I. em São Paulo.

Qual a estrutura que vocês têm pra isso?
Uma Kombi e um gerador, o resto a gente vai rateando com os amigos.

Obviamente vocês não pedem autorização do Estado pra tocar na rua. Já tiveram problemas?
Poucos, comparado com os que deram certo. Mesmo assim rola um nervoso brutal na hora. Muitas coisas podem dar errado, não só a polícia chegar, se quebrar um equipo, chover muito etc. A vez mais traumática foi quando fomos expulsos da frente da Alley e logo em seguida a polícia chegou pra tirar a gente.

Vocês ficaram a fim de tocar na porta do MOA?
Cara, realmente fiquei muito, acho que seria foda chegar lá e fazer um show pra quem tomou no cu, a galera ia curtir muito, pena que não temos grana pra fazer uma parada dessa.

Na Virada, especificamente, como a coisa funcionou?
Achei que ia ser uma merda se só a gente tocasse, tipo, a mesma coisa de novo. Então pensei num palco só nosso, não imaginava que os amigos iam tocar com tanta vontade e a galera ia concentrar tanto ali em cima. Tocaram oito bandas e foi mais fácil organizar do que numa casa de shows, graças à ajuda de todas as bandas envolvidas.

Quando sai o vídeo completo?
Como não tem grana envolvida, só a boa vontade dos amigos (em especial do Tomás Moreira que sempre edita nossos vídeos), não tem previsão. Mas acho que logo mais vai tá na mão.

“Test - Live at MIS (Full Movie)” – Nesse dia eles tiveram o show desmarcado em cima da hora, mas não se fizeram de apertadinhos, como você pode ver acima.