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Drogas

Washington, D.C. Quer Legalizar a Maconha

Em novembro, os residentes do Distrito de Columbia poderão decidir se vão ou não se juntar aos Estados de Colorado e Washington na legalização da maconha.

O tipo de muda que seus residentes poderão cultivar em casa se a Iniciativa 71 for aprovada em novembro. (Foto via Motherboard.)

A Forbes divulgou uma lista das cidades mais legais dos EUA: contra todas as probabilidades, Washington, D.C. ficou em primeiro lugar. A honra pode ser ainda mais merecida em novembro, quando os residentes do Distrito de Columbia poderão decidir se vão ou não se juntar aos Estados de Colorado e Washington na legalização da maconha.

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O Board of Elections em D.C. certificou uma iniciativa de plebiscito da DC Cannabis Campaign para legalizar a maconha para uso pessoal. A Iniciativa 71 pode garantir o direito à posse de até 56 gramas de maconha dentro de casa, permitindo que os moradores de D.C. cultivem até três plantas em sua propriedade, restringido o uso para maiores de 21 anos.

A campanha apresentou cerca de 56 mil assinaturas para levar a iniciativa às urnas, mais que o dobro do limite mínimo de 22 mil. Os organizadores estavam esperando uma objeção do órgão eleitoral, por isso o alívio foi palpável na sala quando anunciaram que 27 mil das assinaturas tinham sido consideradas válidas.

Agora que a iniciativa será realmente votada, dá para dizer que o maior obstáculo da campanha pode já ter sido superado. Uma pesquisa do Washington Post mostrou que 63% dos moradores de D.C. apoiam a legalização, enquanto 34% se opõem.

No entanto, um pouco depois da votação, o presidente da DC Cannabis Campaign, Adam Eidenger, disse que a vitória ainda não é certa.

“Espero que o dia de hoje acorde os grandes doadores”, enfatizou. “Se não levantarmos dinheiro para um fundo de luta, há uma boa chance de perdermos a parada.”

Até agora, a DC Cannabis Campaign conta com o apoio da Drug Policy Alliance, mas Eidenger quer que outras organizações importantes subam a bordo.

“Acredito que essa é a Waterloo da guerra contra a maconha”, comparou. “E ninguém vai querer ficar de fora dessa última grande batalha, não?”

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Descriminalizar a maconha no quintal do governo federal não seria apenas uma vitória simbólica para os defensores da legalização, mas um testemunho em alto e bom som dos moradores desse distrito desproporcionalmente visados na guerra contra as drogas.

Um relatório da União Americana Pelas Liberdades Civis descobriu que, entre 2001 e 2010, 91% dos presos por posse de maconha no Distrito de Columbia eram negros.

“Fica claro pelo número de assinaturas que os cidadãos de D.C. querem ter algo a dizer sobre a reforma das leis sobre maconha aqui”, explicou Malik Burnett, o gerente local da Drug Policy Alliance. “As políticas proibicionistas têm sido carregadas nas costas dos negros e pardos há décadas, e os moradores podem dar um fim a essas políticas fracassadas.”

Desde que D.C. descriminalizou a posse de pequenas quantidades no meio de julho, Burnett disse que a polícia tem emitido a maioria das multas por posse nas Alas 7 e 8, os bairros mais pobres e negros de Columbia.

A campanha de legalização, que não aborda a venda de maconha, vê a iniciativa como o primeiro passo de um plano de duas partes: o segundo passo será uma lei de taxação e regulamentação introduzida pelo vereador David Grosso.

Mas o Congresso norte-americano ainda pode querer barrar a legalização. O congressista Andy Harris, que tentou impedir o financiamento dos esforços de descriminalização em D.C., falou a Roll Call que também está trabalhando para bloquear a legalização caso a iniciativa seja aprovada.

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Mas o congressista intrometido vai encontrar resistência pesada da Casa Branca, que ameaçou vetar o projeto com a emenda de Harris, e da prefeitura de D.C. Os dois candidatos que lideram a corrida para prefeito no distrito (a democrata Muriel Bowser e o candidato independente David Catania) já indicaram apoio à legalização.

“Em conversas particulares, temos alguns vereadores do nosso lado”, garantiu Burnett. Os organizadores dizem ter um plano de conscientização para o período que antecede o plebiscito.

D.C. será o terceiro Estado (ou pseudoestado, no caso) dos EUA, juntamente com Oregon e Alasca, a considerar a descriminalização da maconha no ciclo de eleições de 2014. Os eleitores da Flórida também vão votar uma medida para a legalização da droga para uso medicinal.

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Tradução: Marina Schnoor