Ranking All of Lady Gaga's Persona
Imagem: Christa Jarrold.
Entretenimento

Ranqueamos as melhores personas da Lady Gaga

Do laço de cabelo até o chapéu de cowboy (passando pelo sotaque alemão).
Lauren O'Neill
London, GB
CJ
ilustração por Christa Jarrold
MS
Traduzido por Marina Schnoor

Lady Gaga é uma mutante profissional. Nos doze anos desde que ela ascendeu para a fama, com um laço feito de cabelo firme na cabeça, ela passou por mais interações de persona que você na universidade – usando um vestido de carne, chapéu de cowboy rosa, vários sotaques europeus, sendo indicada ao Oscar de Melhor Atriz, chegando no palco dentro de um ovo, e fazendo uma residência em Las Vegas até conquistar seu lugar na história da música pop.

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Hoje em dia, o conceito de era de astros pop foi solidificado pelo Stan Twitter, que aguarda novas estéticas e sons de seus artistas favoritos em cada ciclo de álbum. “Era” é um meio especialmente útil para explorar a obra da Gaga, definida pela versatilidade: quando você pensa em rah rah bitch, não dá pra não pensar na facilidade com que ela se transformou de Amiga Pessoal e Colaboradora de Tony Bennett para uma Alienígena Sensual e Poderosa Que Estabeleceu Seu Próprio Planeta, via Literalmente Uma Estrela do Cinema.

Para celebrar esse fato, aqui vão as dez personas mais memoráveis dela, ranqueadas para a posteridade.

GAGA DO LAÇO DE CABELO

Quando assisti pela primeira vez o clipe de “Just Dance”, achei que a música era OK, e que Lady Gaga seria uma one hit wonder de quem eu nunca mais ouviria falar. Aí ela começou a fazer a coisa do laço de cabelo (isso mais tarde se traduziu em outros acessórios, como o casquete do clipe “Paparazzi”). Foi o primeiro indicador do olho dela para detalhes estranhos que chamam a atenção, e sua habilidade para lançar tendência (lembro que de repente, em 2008, toda lojinha de acessório se encheu de laços de cabelo falso, um baita impacto), mas comparado com o que ela conquistou depois, essa persona entra apenas na liga infantil.

GAGA DO SHORTINHO JEANS

Não sou o tipo de pessoa que acha que Joanne foi um crime, mas também não sou daquelas que fingem que coisas como “Grigio Girls” nunca aconteceram, particularmente quando vieram da mente que também nos deu “Bad Romance”. As músicas de Joanne não atingiram a escala com que os fãs estavam acostumados, mas a maior decepção foi que o disco não tinha toda aquela estética camp que definiu a obra dela até aquele ponto. Qualquer estrela do pop pode usar jeans, mas eu quero ver a Gaga usado látex da cabeça aos pés, possivelmente fazendo alguma coisa que vai ofender os cristão conservadores.

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GAGA “AUTÊNTICA”

A Lady Gaga gosta de lembrar pro mundo que ela é uma Música, e honestamente, por que não, né? Ela é uma pianista excelente e uma vocalista versátil pacas. Mas as vezes parece que ela sente essa necessidade de nos lembrar que ela é Mais que sua persona pop extraterrestre – exemplos: Joanne, Cheek to Cheek e A Star is Born.

O que é uma vergonha, porque mesmo que todos esses projetos tenham alguma coisa pra gostar (alguns mais que outros), e mesmo eu sendo uma das poucas pessoas que adora ver a Gaga no teclado, se só tivéssemos a pop star bombástica Lady Gaga – com a Ariana Grande fazendo aquele trotinho no clipe “Rain on Me” – ela ainda seria uma das melhores pop stars do século até agora.

GAGA INGÊNUA INDICADA AO OSCAR

Pode ter 100 pessoas numa sala e nenhuma delas vai ser tão boa quanto a Gaga fazendo o papel de starlet de Hollywood. Fama e seus princípios diferentes é um dos principais temas da carreira dela (em 2010, ela disse ao Telegraph: “Sempre fui famosa, vocês que não sabiam”), então a transformação dela em queridinha da América teve uma narrativa meta bem legal, com ela fazendo dois papéis: Ally em Nasce Uma Estrela, obviamente, e Lady Gaga A Atriz Celebrada, com ela tomando o manto de Judy Garland e Barbra Streisand, duas mulheres cuja fama também as precedia.

GAGA DO VESTIDO DE CARNE

A Gaga do Vestido de Carne é a evolução lógica da Gaga do Laço de Cabelo, continuando a prática de Usar Coisas de Que Todo Mundo Vai Falar, e aumentando o volume pra 11. Essa persona abrange todas as doideiras que a Gaga fez entre 2010 e 2011 (sem dúvida sua fase imperial como música, já que não foi muito depois de The Fame Monster e durante o ciclo Born This Way), incluindo, mas não limitado, a vez que ela saiu de um ovo no Grammy, dizendo que estava incubada nele por três dias. Essa época foi muito importante para o perfil, legado e reputação da Gaga como louca por atenção, e lembro dessa era com muito carinho.

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GAGA FASHION

Não posso dizer muita coisa com total certeza, mas posso dizer que Artpop não é tão ruim como todo mundo diz. Uma das principais razões pra isso é que a Gaga abraçou o Fashion Banger nessa época. O cânone do Fashion Banger é um conceito consagrado, aparecendo recentemente no “Comme des Garçons” da Rina Sawayama. São músicas que fazem referência a marcas, passarelas ou figuras notórias da moda, e muitas vezes parecem feitas para tocar em desfiles de Nova York, Paris, Milão e Londres.

Para posteridade, quero dizer que o interesse da Gaga por Fashion Banger na verdade começou em Born This Way com “Black Jesus Amen Fashion”, mas realmente se destacou sozinho em Artpop, com as músicas “Donatella” e “Fashion!”

Claro, a relação da Gaga com as coisas que ela usa é bem documentada (veja: GAGA DO VESTIDO DE CARNE), então a música dela sobre moda é uma compreensão inerente de toda extravagância, escárnio e pose que uma caminhada pela passarela deve evocar. Além disso, “Donatella” tem uma das melhores aberturas da história recente do pop: “Check it out: I’m blonde, I’m skinny, I’m rich… and I’m a little bit of a bitch”.

GAGA ALIENÍGENA DANCE

Acho mesmo que Chromatica de 2020 da Gaga está sendo subestimado pelo establishment da crítica. É um álbum 100% incrível (incluindo e especialmente a música com o Elton John). Era o disco que os fãs da Gaga Ultrapop esperavam há anos – uma estética! Um conceito! – e ela não desapontou. Investir no Eurodance foi uma das coisas mais inteligentes e divertidas que ela poderia ter feito nesse ponto da carreira, e abrir o disco com uma música como “Babylon” quando você tem uma década fazendo discos é a marca de alguém com poder real para manter a atenção do público. Onde você estava quando elas trocam para o delineador branco no clipe de “Rain on Me”?

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GAGA MOTOQUEIRA

“Judas” é uma das melhores músicas e clipes que a Gaga já fez (o couro! As referências bíblicas sem noção!) e esse visual é um dos meus favoritos, e esta lista é minha então faço o que eu quiser!

GAGA DO SOTAQUE ALEMÃO

Eu podia ouvir a Lady Gaga falando alemão falso ou um “inglês tentando parecer alemão” em loop como trilha de fundo para todos os meus pensamentos. Obviamente, o pináculo dessa forma de arte é o destaque de Born This Way “Scheiße” – que também é uma referência a dance music europeia de um jeito um pouco diferente do que ela fez depois em Chromatica – mas temos um pouco disso também em “Rain on Me”.

GAGA DO CLIPE “ALEJANDRO”

Não tem nem o que argumentar!

  • Puro sexo!
  • O cabelo!
  • O corte de cabelo dos meninos!

  • As sobrancelhas!
  • A lingerie nude!
  • A parte que ela se veste de freira de fetiche!
  • Tudo ser claramente uma cópia da Madonna só faz o clipe ser ainda melhor, porque muito da carreira dela foi referência a fama da Madonna, do mesmo jeito que ela fez referência a Hollywood na fase Nasce Uma Estrela!
  • Essa pose!

“Alejandro” é o melhor momento de Gaga até agora, e acho que muitos outros fãs vão concordar. Tudo é perfeitamente executado, as referências se traduzem maravilhosamente, e se ela fizesse um álbum inteiro revisitando essa vibe, eu provavelmente largaria o trabalho pra investir no Twitter Stan da Gaga profissionalmente.

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