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arte

Um artista está fazendo sabonete com gordura de lipoaspiração

Custa 32 dól. Cê encara?
Gavin Butler
Melbourne, AU
MS
Traduzido por Marina Schnoor
Cirurgião fazendo lipoaspiração
Esquerda, imagem via usuário do Flickr Deepak Singh por licença CC 2.0; direita, imagem via Wikipedia por licença CC 3.0.

Você já sentiu vontade de se ensaboar com gordura humana lipoaspirada? Provavelmente não. Mas e se a gordura estivesse num sabonete, estilo Clube da Luta, vendido por 32 doletas como parte de uma ousada instalação de arte? Também não? Que pena, porque um artista holandês chamado Julian Hetzel foi lá e fez o Schuldfabrik: um novo tipo de sabonete de “beleza” produzido com gordura doada de pacientes de lipoaspiração.

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O Shuldfabrik será vendido numa loja de cosméticos pop-up e numa fábrica de quintal no Adelaide Festival 2019, segundo a ABC, onde os visitantes vão ter a chance de se banhar com o sabonete durante uma performance, que vai incluir uma demonstração de lipoaspiração com um cirurgião plástico. Conceitualmente, Hetzel disse que quer usar sabonete de gordura de gente como uma ferramenta metafórica para explorar a ideia de transformar culpa numa força para o bem.

“Decidimos trabalhar com gordura como um material que representa culpa ou que contém culpa e tentar entender: isso pode ser usado como um recurso?”, disse à ABC. “Podemos usar a culpa como algo produtivo? Podemos lucrar com nossa própria culpa? Como fazer dinheiro com a culpa.”

Trabalhando com cirurgiões plásticos na Holanda, Hetzel conseguiu juntar banha lipoaspirada suficiente para produzir 300 quilos de “sabonete” – mas ele insiste que o produto não é “100% gordura humana”.

“Colaboramos com uma fabricante de sabonetes e ela nos aconselhou a misturar diferentes gorduras e óleos para ter um produto de alta qualidade, que também é hidratante e tem todos os componentes de um sabonete muito bom”, falou. Os sabonetes de 125 gramas acabaram contendo menos de 10% de gordura humana – e o fluído corporal teve que ser tratado com altas temperaturas para matar qualquer bactéria ou vírus, garantindo que o produto seja realmente higiênico.

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Aconselhado por advogados, Hetzel também decidiu não rotular oficialmente o produto como “sabonete”.

“Parece um sabonete, funciona como sabonete, mas é uma obra de arte”, ponderou.

Quem estiver menos interessado na parte da “arte” e mais em comprar sabonetes como presente de Natal para amigos e parentes poderá levar o Shuldfabrik pra casa pelo precinho bacana de 32 dólares. O dinheiro arrecadado será doado para construir poços na República Democrática do Congo, e um sabonete normal, sem gordura humana, também será doado para o país para cada venda.

Matéria originalmente publicada pela VICE Austrália.

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