“You are Hacked ! H.D.D Encrypted, Contact Us For Decryption Key”Calma, bb. É só um teste.Se bateu leve suadouro aí é porque você sabe que, nos últimos meses, frases como a que abre este texto tiraram o sono de muita gente. Vigilância pesada, vírus, ransomware, malwares do capeta, aplicativos falsos e uma caralhada de engenharia social tornaram o ano mais tenso a todos que possuem celular, computador, torradeira, lava-rápido ou qualquer outro dispositivo conectado à internet.
Nesse bolo de ameaças, os ataques com ransomware reinaram soberanos. Como toda desgraça anda acompanhada, eles também foram um dos responsáveis pelo boom da má cobertura das moedas digitais, já que boa parte das recompensas pelo sequestro foram pedidos em bitcoin. Aí foi aquela coisa, né? Enquanto uns diziam que era ferramenta para bandido, outros acreditavam ser a salvação para um sistema econômico falido. Deu no que deu: as moedinhas saíram da condição de negócio promissor contra a cultura dos bancos e foi para uma possível bolha de gente hipotecando imóvel para comprá-las.O episódio serviu para mostrar que estamos, na real, no meio de várias forças disputando grana no terreno digital. Enquanto a treta de malwares acontecia, governos e empresas continuaram a olhar e mapear nossos comportamentos online. Estamos falando de gente nos espionando nas redes sociais, em protestos, em navegações, em compras, em falas, em… tudo. Mais do que nunca soubemos que nossa privacidade é ilusão e que somos um conjunto de números interessantes para as empresas lucrarem sobre nós. (Falaremos melhor abaixo.)Podemos dizer, com aquela boa dose de otimismo, que foi um ano de consciência. Resta agora, para 2018, crer que usaremos isso a favor para nos libertarmos de algumas dessas amarras tecnológicas. Não custa nada se informar e sonhar. Né?Confira conosco a retrospectiva, proteja-se e boa sorte.Em 2016 já se falava bastante sobre ataques que trancafiavam seus arquivos atrás de um muro criptográfico intransponível, mas em 2017 a coisa toda atingiu novo patamar. No primeiro semestre, o WannaCry pegou o mundo de surpresa ao utilizar um exploit da NSA para disseminar um vírus criptográfico por aí.Poucos meses depois veio a segunda onda. O ataque com o Petya teve desdobramentos mais complicados para quem tinha esperança de pagar o resgate e conseguir os dados de volta. A coisa toda se tornou um pesadelo, em especial para quem cuida da segurança de empresas e governos, com várias possibilidades e formas criativas — e nada legais — de utilizar os cryptovirus surgindo a cada dia. É, é isso aí: ainda não arranjamos boa solução para lidar com esses sequestros em massa.
O ano dos sequestros virtuais
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Privacidade em risco pelo mundo
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Além disso, alguns policiais aqui no Brasil começaram a usar câmeras em suas fardas em manifestações — que poderiam ser ligadas e desligadas na hora que o policial achasse melhor. E não bastasse a filmagem, em alguns pontos da periferia, também sacamos um pouco como rola a coleta ilegal de provas por meio de celulares apreendidos.O cenário não é muito animador, mas mesmo assim ainda é melhor saber do que ser vigiado e hackeado do que não ter menor ideia disso. E o lado bom é que se existe um monte de gente querendo te foder, por outro lado, ainda têm bastante gente brigando contra uma vigilância em massa e fazendo os espiões rodarem. Nessa linha, tivemos o vazamento que o WikiLeaks fez das ferramentas de hacking da CIA mostrando que as agências do governo dos EUA continua de olho em todo mundo.Enquanto isso, de um jeito mais bizarro e absurdo, os espiões de pequeno porte continuaram a poder contar com aplicativos para ajudá-los. Contando com uma lista de clientes nada legal composta de cônjuges ciumentos e controladores, além de patrões desconfiados, os aplicativos brasileiros de espionagem mostraram que nosso mercado têm mais gente do que outros lugares do mundo.E se você ainda achar que rolou escapar pois não têm um companheiro ciumento e não está envolvida em potenciais atividades que podem te colocar no radar de algum governo, bom, cuidado com as coisas que você baixa na sua loja de aplicativos favorita e mesmo os usuários da empresa que leva a maçã como logo, podem estar menos seguros do que imaginam. Até o Temer, ele mesmo, está preocupado com a espionagem. Por que você não estaria?
A pequena e a grande espionagem
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Um pouco de luz na deep web
A internet das coisas chegou doidaraça
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Onde estão nossos hackers? Bem, muito provavelmente tomando uma cerveja num porão escuro, como vimos nessa reportagem aqui.Além das histórias de roubos e hacks mais sérios, o Brasil também teve a sua cota de malandragem quase inofensivas. No YouTube, o número de visualizações é um negócio sério para quem leva a plataforma como sustento. Alguns brasileiros se empolgaram com a possibilidade de inflar seus números e conseguir mais destaque dentro da plataforma que privilegiava os vídeos com mais visualizações.Apesar de engenhoso, o esquema acabou sendo desarticulado. Ele não apenas sacaneava com os números da plataforma, mas também quem só queria ler um mangazinho tranquilo. Isso acontecia porque em sites desse tipo o vídeo era executado de uma forma escondida no próprio navegador, o que fazia com que o consumo de internet fosse maior.Ainda falando em utilizar o computador dos outros de forma indevida, também tivemos sites de notícias duvidosos ligados a grupos políticos minerando criptomoedas no computador alheio. A técnica em si já havia sido usada por sites como The Pirate Bay e injetada em sites que não tinham a segurança tão reforçada assim. No final das contas, a coisa não pegou muito bem e o script sumiu do site bem rápido.A única coisa que parece não sair de moda é o nosso maldito e nacionalíssimo gemidão do zap, que, neste ano, encontrou até um hackzinho pra ligar pra celulares das vítimas.Quem disse que seria fácil?Se o próximo ano parece não trazer mais conforto, tudo bem, temos aqui um eficaz guia para não ser hackeado. Use sem moderação.